VISITANTES Greda - Grupo de Recuperandos da Dependência de Álcool / Luiz Alberto Bahia: 2012

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Comentários do sr. João v (a minha última resposta)



  1. joao v Diz:
    05/11/2012 às 22:36
Sr. Luiz Alberto Bahia, agradeço de coração a resposta dada em seu blogue às minhas perguntas. Informações estas IMPORTANTÍSSIMAS que DEVERIAM chegar ao conhecimento das pessoas, e assim pudessemos ter uma visão mais real do alcoolismo. Quanto ao lado espiritual podemos ter uma conversa sim a respeito, mas de minha parte prefiro deixar mais adiante, o foco agora é um melhor e aprofundado estudo sobre o alcool. Quanto a aquisição do livro, com certeza, quero muito isso. Vou tentar enviar~lhe uma mensagem, Vou aqui parar minhas postagens até ter o material em mãos, e após ler e tirar minhas conclusões podermos continuar aé para esclarecer dúvidas, caso eu não consiga enviar-lhe a mensagem no email, entrarei em contato. desde já obrigado. Abraço.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Resposta ao Sr. João sobre seu post (logo abaixo) de 04/11/12



Senhor João v,
Respondendo a suas indagações, sobre o DRD4 e “O que é esse mal”, para bem responder ao sr., eu teria que citar uma boa parte do meu último e penúltimo livros, mas procurando satisfazer-lhe no mínimo possível, vou responder por partes: 1 - como eu lhe disse quando me fez a pergunta pela 1ª vez, a dependência de álcool é uma doença de natureza multifatorial. Isso significa que sua causa reporta a vários fatores. Destes fatores podemos citar:
a) causa genética das quais conheço duas, a 1ª se refere à anomalia genética quanto ao metabolismo hepático, isso quer dizer que os dependentes de álcool tem o metabolismo do fígado diferente dos outros bebedores. E o outro é quanto aos genes DRD4 (o caso do sexo masculino)  e DR D5  (feminino), que segundo “um trabalho mais específico, elaborado pela Organização Mundial de Saúde, cujo título é ‘Neurociências: Consumo e dependência de substâncias psicoativas’, aborda a predisposição genética dos farmacodependentes, (termo científico que a OMS usa para designar os dependentes de drogas, inclusive os de álcool, evidentemente): Estudos bem recentes nos dão conta de que alterações (poliformia) no gene DRD4, que influi nos distúrbios de atenção e hiperatividades infantis, em que existe traço envolvido na vulnerabilidade às dependências, seriam os responsáveis por uma maior propensão de indivíduos do sexo masculino pelas dependências de drogas.” (O mito..., pág. 331-332). (Texto resumido).
B) (em meu livro discorro sobre estas outras causas em várias páginas, o que não seria viável transcrevê-las aqui, por uma questão de espaço e objetividade) Podemos dizer que existem ainda, causas ambientais, herança cultural (hábitos e costumes, influências, educação, etc.) e fatores psicológicos. Estas outras causas a OMS chama de fatores “neurobiológicos, psicológicos e sociais".
Veja, sr. João, que estas informações se referem a achados recentes sobre a doença, coisa que era completamente desconhecida quando o A.A. foi fundado, nos meados da década de 30, e devido ao aspecto sectário da entidade (infelizmente), estão perpetuando o mito de que a origem da doença é de natureza espiritual. Depois se o sr. quiser, poderemos tratar da questão espiritual (forçada – insinuada por Bill) que com os conhecimentos que temos no momento, poderão ser facilmente explicadas. Tanto a pseudo experiência espiritual no quarto do Towns Hospital e a mal engendrada teoria envolvendo Carl Gustav Jung por Bill Wilson.
Quanto ao nosso grupo, o GREDA – Grupo de Recuperandos da Dependência do Álcool, ainda não temos material de divulgação, aliás nem o grupo ainda funciona regularmente. Com a venda dos livros esperamos conseguir recursos tanto para uma coisa como para a outra.
Aliás, quanto ao livro, se o senhor quiser realmente adquiri-lo, é só me fazer um e-mail (lzbahia@gmail.com), para tratar do assunto. Poderei facilitar no que for possível a sua aquisição.


Post do Sr. João v no blogue “Discernimento Cristão” em 04/11/12.

Sr. Luiz Alberto Bahia, tentei postar no seu glog, mas como não consegui, devido minha falta de harmonia com a maquininha aqui, vou continuar postando neste blog onde já me acostumei com ele. Realmente fica difícil um esclarecimento onde não há um visível interesse em conhecer a verdade dos fatos. Só gostaria de forma rápida esclarecer, que de forma nenhuma sou contra sua opinião. Quando citei os números foi ciente de que nem todos aceitam o AA como solução, tem também aqueles que não aceitam parar de beber. Mas concordo plenamente com sua preocupação com aqueles 99 que o AA não conseguiu ajudar. LEMBRANDO que, este número é uma colocação minha, não sei se um fato real ou não. Na verdade estou entrando em contato com o sr. para saber mais sobre o alcoolismo, essa doença que ainda hoje desafia a própria medicina. Oque é esse mal. Dentro desse interesse meu em saber mais também tenho grande interesse em adiquirir seu livro talvez não no momento não sei o valor dele. Até se o senhor tiver algun material, que usam no seu grupo que possa ser disponibilizado a outras pessoas, seria um grande prazer em adiquirir esse material. Para não me alongar muito gostaria que o senhor pudesse comentar algo mais sobre o gene DRD4 e DRD5. se puder me responder desde já lhe agradeço muito. Digo-lhe mais, foi uma satisfação ter suas postagens neste blog, que não estou postando para criar uma controvérsia, mas para aprender, e assim poder melhor ajudar aquele que sofre, e quer ser ajudado. Mesmo este blog entendo eu que seja mais para dismistificar o AA, qualquer esclarecimento sobre a doença ajudará alguem. Mais uma vez muito obrigado, tenha uma boa noite.

domingo, 4 de novembro de 2012

Resposta ao Sr. João v sobre seu post no Discernimento Cristão

Senhor João v,
1 - Continuo pensando que aqui não é o melhor lugar para o debate. Veja que o debate está polarizado, em que um não consegue entender - ou não quer entender -, o que outro está dizendo.  Observe que seguem debatendo sem notar a importante proposta que o senhor está fazendo.
Sinceramente eu já estava me declinando de participar do debate, mas como o senhor “alcoolico anônimo” (sic) se referiu a mim e ao meu livro de sem ter o devido conhecimento (e sem querer ofender, essa forma de procedimento é leviana), resolvi explicar que as acusações não procediam. Tentei explicar de forma bem reduzida, que minha obra e minha pessoa, são bem diferentes do que aquilo que ele qualificou. Só fiz isso por que as outras pessoas que não conhecem meu livro e nem a mim, podem acabar sendo influenciadas por opiniões irresponsáveis. As pessoas que já andam desconfiadas, com tantas trapaças e ardis de indivíduos mal intencionados, que visam tão somente seus interesses pessoais, acabam pensando que sou apenas mais um daqueles. Acabam também, se deixando influenciar por opiniões negativas, sem nenhum compromisso com a verdade. Estas pessoas que se deixam influenciar por opiniões desqualificadas, podem perder a oportunidade de conhecer meus achados científicos, e ter uma visão mais realista do problema. Com isso, muitos casos que poderiam ser revertidos, acabam tendo a trajetória inalterada.
Penso ainda que aqui é tratada mais a questão religiosa, e lá no meu blogue, podemos tratar especificamente da dependência de álcool, e drogadição, de um modo geral.

2 - Gostaria comentar as colocações que o sr. faz sobre o A.A., quanto à relatividade da quantidade que ele ajuda, em que destaco as duas frases que o sr. diz:  1 - “De cada 100 pessoas o AA anemizar o sofrimento de 1, será uma pessoa a menos perecendo. 2 – “O mais importante é pensar-mos naquele que ainda sofre.”
Vejo que o sr., ainda que de forma muito educada, tem a mesma e primordial dificuldade, dos que discordam de mim, de entender minhas razões fundamentais, que me levaram a desnudar as verdades sobre o A.A. Da primeira frase, digo-lhe que não estou (muito) preocupado com aquele, dentre os 100, que conseguiram ficar em A.A. Ainda que eu acho que ele se recuperaria em qualquer outro lugar, e que não foi o A.A., mas ele mesmo que conseguiu controlar sua doença. E mais, que ficando em A.A. e aceitando sua doutrina, ele perderá sua liberdade, ficando alienado, evidentemente que poderá haver exceções, mas via de regra, é o que normalmente acontece. Não estou muito preocupado com este 1 que aceitou o programa de A.A., mas com os outrs 99 que não aceitaram. Onde estariam estas outras 99 pessoas? Na minha versão, eu digo que quando os dependentes (os poucos) chegam ao A.A., eles estão com a autoestima “zerada” e quando lá ficam sabendo que a causa de sua doença são seus “defeitos de caráter” e sua condição de “pecador”, a esmagadora maioria desistem. O que é pior, é que não desistem só do A.A., mas de qualquer outra forma de abordagem, pois pensa que tudo é a mesma coisa, afinal ele está transtornado com tanta lição de moral e repreensões. Como o sr. bem sabe, as formas de abordagens quase sempre são inadequadas,  cheias de sermões, parecidas com as de A.A. E também ele já não acredita nem em Deus pois, fez um périplo por várias Igrejas que nada resolveu.
A segunda frase está relacionada e é uma consequência da primeira, pois é exatamente sobre aquele que ainda sofre, que me preocupo, pois me coloco no lugar dele. Na verdade eu estive no lugar dele, e de pensar que ele pode sucumbir como eu quase pereci, me atordoa, me incomoda, e é por isso que devotei minha vida a esta causa. Quando precisei não encontrei quem me orientasse adequadamente. Sobre suas perguntas, pode ir em meu blogue que as encontrará ali.
Convido aos que se interessarem pelo debate proposto pelo senhor João v, que visitem http://www.greda-luizalbertobahia.blogspot.com

sábado, 3 de novembro de 2012

DEBATES/PERGUNTAS E ESCLARECIMENTOS SOBRE DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL - A PEDIDO DO SENHOR JOÃO V, NO SITE DISCERNIMENTO CRISTÃO, CRIAMOS ESTE ESPAÇO, QUE FICA ABERTO A TODOS QUE SE INTERESSAREM NA SUA PARTICIPAÇÃO. LOGO ABAIXO TRASNCREVEMOS SUA PRIMEIRA INDAGAÇÃO E NOSSA RESPOSTA.

joao v Diz:
Sr. Luiz Alberto Bahia. Tentei entrar no blog citado acima em seu post, devido minha inesperiência neste assunto, cheguei a enviar algumas perguntas não sei se chegaram ou não, o jeito e conversarmos aqui mesmo. Sobre o alcoolismo. Oque é realmente essa doença? Uma compulsão, uma obsessão? Essa doença tem cura, de modo que uma pessoa que viveu anos na desgraça do alcool, após um tratamento poderá ela voltar a beber seus aperitivos sem consequências advérsas? O alcoolismo tem cura? Hoje a medicina com todo seu avanço pode curar?
Senhor João, penso que aqui (Blogue Discernimento Cristão) não seria o melhor local para o debate, vou abrir uma sessão na janela de entrada em nosso blogue (assim que entrar deparará com ela). Amanhã providenciarei isto. Mas não deixarei você sem resposta:
1 – A doença da “Dependência de álcool” (este termo é menos estigmatizante) é multifatorial e multidimensional. Multifatorial porque para sua instalação é preciso de pre-disposição genética, herança cultural (hábitos e costumes), fatores psicológisos, entre outros. Quem passar por um tratamento, certamente se recuperará de várias afetações, mas não ficará sem sequelas. Contudo, ela é uma doença controlável (como no caso do diabetes, por exemplo), mas nunca poderá voltar a beber, pois se o fizer, reinstalar-se-á o quadro anterior. A medicina ainda não tem a cura definitiva para o caso, contudo já se sabe que os genes responsáveis pela dependência são o DRD4, para o homem, e o DRD5 para o sexo feminino. Certamente que, com este achado, muito em breve poderá ser encontrada até cura, senão, ações reparadoras e preventivas, bem mais auspiciosas do que as que são empregadas atualmente.

Síndrome de Wernicke-Korsakoff

A síndrome de Wernicke-Korsakoff, na verdade, são dois distúrbios que podem ocorrer em conjunto ou isoladamente, de forma abrupta no primeiro caso e gradual no segundo. O primeiro (encefalopatia de Wernicke) é caracterizado por marcha atáxica (descoordenação no andar), oftalmoplegia (paralisia ocular), e confusão mental, e é acometido em decorrência da carência nutricional. O segundo (psicose de Korsakoff) é um estado de confusão mental, em que a memória de retenção fica gravemente comprometida. A presença de todos os sintomas num mesmo caso não é necessária para se fazer o diagnóstico. Essa síndrome é uma das consequências mais graves da dependência de álcool.
Embora esse quadro patológico seja frequente em dependentes de álcool, não é diagnosticado com a mesma constância, porque quase sempre as atenções dos médicos estão voltadas para outras consequências da dependência que normalmente lhes chamam mais as atenções.
A doença é uma consequência de lesões causadas ao sistema nervoso central e periférico e acontece também devido à síndrome de abstinência, acometendo os dependentes com mais frequência na faixa etária dos 40 aos 80 anos de idade. Esses danos ao sistema nervoso são atribuídos a déficits nutricionais, pela falta da vitamina B 1 (tiamina), que além das dificuldades de serem absorvidas na presença de álcool, pode ser em consequência da falta de cuidados com a dieta alimentar, pela sua não inclusão.  O declínio psicológico e a afetação cognitiva da maioria dos pacientes são derivados da interação entre uma tríade composta por neurotoxidade alcoólica, por deficiências da tiamina e por suscetibilidade do indivíduo. A psicose de Korsakoff, juntamente com os danos ao cérebro (encefalopatia) e ao sistema nervoso como um todo, envolve prejuízos à memória e às habilidades cognitivas e intelectuais. Ficam evidentes as dificuldades na solução de problemas ou novos aprendizados. Talvez o sintoma mais característico seja o da confabulação (invenção), quando o doente cria histórias cheias de detalhes para compensar os lapsos de memória.
Os distúrbios mentais e de consciência deixam o paciente confuso, apático, desatento e com dificuldades de se expressar verbalmente. Alguns pacientes podem apresentar, junto ao quadro da síndrome de Wernicke-Korsakoff, a síndrome de abstinência, que neste caso pode provocar alucinações, hiperatividade autonômica, agitação e alterações de percepções. Caso o paciente não seja devidamente tratado, o quadro pode evoluir para o coma e para a morte - o que não é raro. O tratamento neste caso é com a reposição de tiamina, estimada em 300 mg/dia por via intramuscular, por um período entre 7/15 dias, e quando isso é feito, o dependente recobra rapidamente seu estado de alerta e a tenacidade que lhe é peculiar. ["O mito da doença espiritual na dependência de álcool (Desmistificando Bill Wilson e Alcoólicos Anônimos)", páginas 355-356] de minha autoria.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Uma proposta aguardando por interessados



UMA HISTÓRIA VERÍDICA

A minha história não é muito diferente das de outros dependentes de álcool. Todos eles começam a beber como qualquer outro “bebedor social”. A princípio se dão muito bem com o álcool que lhes facilita os contatos sociais, desinibindo-os. Como a doença leva muitos anos para se instalar, e na maioria dos casos, isso ocorre depois de 10 anos após o início da trajetória, a princípio, ela permite que o doente leve uma vida praticamente como a de qualquer outra pessoa. Ler mais           



quarta-feira, 23 de maio de 2012

ORELHA DO LIVRO “O mito da doença espiritual na dependência de álcool (Desmistificando Bill Wilson e Alcoólicos Anônimos)”, de minha autoria

 O volume que o leitor tem em mãos deve ser, antes de tudo, definido como um livro ousado. Mais que isso, talvez: corajoso. Durante décadas, desde a fundação de A.A. em meados dos anos 30, nos Estados Unidos, o método de Bill Wilson para a recuperação de dependentes do álcool tem sido reverenciado e aplaudido pelos meios não científicos e, eventualmente, até pela própria comunidade científica, sobretudo porque tem sido visto praticamente como referência única para o tratamento de dependentes de baixo poder aquisitivo.  O presente livro segue na contramão dessa tendência, ainda que solitariamente tenha de assumir as difíceis consequências que daí advém. Contestar uma inclinação de décadas significa no mínimo um risco, e exige ao mesmo tempo uma dose razoável de justificativas que deem conta das responsabilidades que a tarefa demanda. O autor deste livro assume as duas coisas: o risco e a justificativa.
Luiz Alberto Bahia, nasceu em Patos de Minas, MG, em 17/08/1949. É conselheiro em drogadição, fundador do GREDA e do Grupo Fênix, que atuam na orientação, prevenção e no suporte terapêutico à dependentes e suas famílias. Estudioso e especialista em dependência química, com alguns livros publicados na área, denuncia nestas páginas toda a fragilidade das terapias abordadas pelo método de Bill Wilson, provavelmente a prática terapêutica para compulsivos mais disseminada no mundo moderno. Quem conhece superficialmente a história de Bill Wilson sabe que este “AA número 1”, ele mesmo dependente do álcool e corretor da bolsa de valores de Nova York, começou a postular suas teses e seu método, a partir de uma insólita experiência num quarto do Towns Hospital, quando então se encontrava internado devido ao seu grave estado patológico. Bill afirma ter tido naquela oportunidade uma visão extraordinária, uma luz única que o conduzia a uma experiência mística e espiritual, jamais percebida antes, e que, a partir de então, o levaria a considerar-se um convertido religioso com predestinação messiânica. A.A., embora não seja uma entidade religiosa formal, nem tenha vínculos diretos com alguma instituição eclesiástica, fundou-se sob as bases dessa suposta experiência, dita espiritual, e acabou se firmando como um grupo carismático que pratica o culto à personalidade.
Seu fundador acreditava que as raízes da dependência de álcool tinham relação direta com os transtornos de caráter dos indivíduos, e que, a conversão religiosa poderia ser o ponto de partida para o tratamento de uma doença que, no seu íntimo, pressupunha uma manifestação pecaminosa. 
            Não se tratava de uma percepção inteiramente original. A dependência de álcool, como reconhece a comunidade científica, sempre foi tida como uma fraqueza de caráter, uma fragilidade de certas personalidades doentias incapazes de se ajustarem às normas sociais. A essa fragilidade do indivíduo, conforme Bill, o retorno às crenças religiosas – base moral dos famosos Doze Passos instituídos por ele – poderiam significar o aniquilamento da rebeldia imprescindível para a recuperação. Autoritário e preconceituoso, seu método pressupunha indivíduos sem índole, prontos para encontrar na religião uma saída obediente para o seu mal.
            O presente livro propõe alternativas diferentes e, sobretudo, soluções diversas daquilo que propôs Bill, esse americano fundamentalmente capitalista e de origens religiosas ortodoxas e puritanas. Luiz Alberto Bahia, numa séria pesquisa bibliográfica, analisa a vida do “AA número 1”, logrando encontrar nela os traços de um indivíduo competitivo e vaidoso – a exemplo de uma boa parte da sociedade americana –, que negligenciou propositadamente certas bases científicas da dependência do álcool. Encontrou na vida de Bill Wilson, bem como em seus métodos terapêuticos, uma grande mistificação. Mais que visão mística, por exemplo, a experiência no Towns Hospital não passou de alucinações típicas da síndrome de abstinência, constatável mediante uma simples observação científica. E afora isso, o autor nos assegura com inteira convicção: a ciência nos mostra hoje que a dependência do álcool não procura personalidades; antes, pode estar presente em qualquer um, independentemente do caráter, da idade ou da classe social (hoje representa cerca de 13% da população mundial, segundo dados da OMS). Mais que isso: é uma doença de causa multifatorial, com componentes genéticos, motivacionais, e fatores complexos de natureza meramente fisiológica. A considerar tudo isso, é urgente repensar os tratamentos e os programas coadjuvantes, fundamentados nos Doze Passos, que se oferece aos dependentes de álcool. Sem conversões religiosas, sem mistificação. Pode ser um risco, mas Luiz Alberto Bahia prefere assumi-lo. E para isso, tem boas justificativas. Para compreendê-las, é preciso ler este livro.

 

domingo, 11 de março de 2012

O não a uma frase de “O Não de Eloá”, ou, Os professores não estão fazendo a lição de casa.

Estarrecedora a falta de conhecimento sobre dependência de drogas por parte de professores e políticos. Dentre eles Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff.

Ler mais: http://greda-luizalbertobahia.blogspot.com/p/continuacaoi-de-leitura-o-nao-um-nao-da.html

quinta-feira, 8 de março de 2012

Nossa cultura como fator indutivo ao uso de álcool – que agora querem estender para a maconha.

A nossa sociedade não só aceita o uso indiscriminado do álcool como também incentiva seu consumo. Experimentar drogas, principalmente o álcool, constitui-se numa passagem quase obrigatória (como se fosse um “ritual de passagem” [não oficial] entre a adolescência e a idade adulta, como acontece em certas tribos primitivas), que se não atinge nossas crianças ainda em seus lares, certamente o fará assim que botarem os pés na rua. O álcool está tão arraigado em nossa cultura que, já muito cedo, o indivíduo faz contato com ele intensamente e em várias formas. Primeiramente é no próprio lar onde ele é encontrado, pois dificilmente o álcool deixa de existir numa moradia brasileira. Está logo ali no barzinho ou na geladeira, talvez na cristaleira, quem sabe debaixo da pia ou no armário da cozinha. Se não existe em estoque, certamente no fim de semana ele virá com as compras de supermercado.  Depois, o jovem o encontrará por todo canto em que for. Na escola, no clube, na igreja, na casa de parentes ou de amigos ou na rua por onde quer que ele passe. Em casa, conforme já vimos, o álcool pode aparecer em fórmulas medicamentosas caseiras, em compressas ou adicionadas a chás, leite, café etc., sendo indicado para inúmeros males, tudo sem o menor embasamento científico. Está fortemente presente na culinária, aparecendo num sem-número de receitas.
 

sábado, 3 de março de 2012

Declaração de um ex-membro de Alcoólicos Anônimos

  Primeiramente, gostaria de dizer que sou um ex-membro de Alcoólicos Anônimos. Em segundo lugar, gostaria de agradecer ao Sr. Luiz Alberto Bahia pelo excelente trabalho empreendido na elaboração do livro “O Mito da Doença Espiritual na Dependência de Álcool (Desmistificando Bill Wilson e Alcoólicos Anônimos)”, o qual adquiri recentemente, podendo constatar que se trata de um trabalho eticamente responsável e de caráter estritamente científico, o que me leva a manifestar meu respeito e admiração por tal obra. Meu primeiro contato com seu trabalho deu-se através de uma pesquisa realizada na internet em busca de posições (positivas ou negativas) de pessoas externas ao AA em relação ao mesmo. Dado que gosto de ler, além das matérias postadas nos blogs e sites, os comentários que os leitores tecem a respeito delas, ao ler uma matéria contendo críticas negativas sobre AA pude deparar-me com uma enxurrada de comentários depreciativos sobre a mesma (tais comentários, claro, provinham claramente de membros ou simpatizantes de AA), e dentre todos eles, alguns comentários do Sr Luiz Alberto, o qual era, inclusive, citado na matéria. Estes últimos, confesso, me chamaram a atenção por se apresentarem de maneira um tanto diferente dos comentários dos AAs, demagogos e desorientados, ainda que alguns tentassem desbaratar esse fato se utilizando de elementos que, talvez creiam eles, viessem realmente a conferir-lhes uma fachada de autenticidade.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Trocando uma dependência (droga) por outra.

Bill Wilson  propõe muito claramente no Terceiro Passo de seu programa, que se troque a dependência de álcool pela dependência ao programa de A.A. Este texto foi extraído às páginas 178 a 182 do livro "O mito da doença espiritual na dependência de álcool (Desmistificando Bill Wilson e Alcoólicos Anônimos)" de minha autoria.