Senhor João v,
1 - Continuo pensando que aqui não é o melhor lugar para o debate. Veja que o debate está polarizado, em que um não consegue entender - ou não quer entender -, o que outro está dizendo. Observe que seguem debatendo sem notar a importante proposta que o senhor está fazendo.
Sinceramente eu já estava me declinando de participar do debate, mas como o senhor “alcoolico anônimo” (sic) se referiu a mim e ao meu livro de sem ter o devido conhecimento (e sem querer ofender, essa forma de procedimento é leviana), resolvi explicar que as acusações não procediam. Tentei explicar de forma bem reduzida, que minha obra e minha pessoa, são bem diferentes do que aquilo que ele qualificou. Só fiz isso por que as outras pessoas que não conhecem meu livro e nem a mim, podem acabar sendo influenciadas por opiniões irresponsáveis. As pessoas que já andam desconfiadas, com tantas trapaças e ardis de indivíduos mal intencionados, que visam tão somente seus interesses pessoais, acabam pensando que sou apenas mais um daqueles. Acabam também, se deixando influenciar por opiniões negativas, sem nenhum compromisso com a verdade. Estas pessoas que se deixam influenciar por opiniões desqualificadas, podem perder a oportunidade de conhecer meus achados científicos, e ter uma visão mais realista do problema. Com isso, muitos casos que poderiam ser revertidos, acabam tendo a trajetória inalterada.
Penso ainda que aqui é tratada mais a questão religiosa, e lá no meu blogue, podemos tratar especificamente da dependência de álcool, e drogadição, de um modo geral.
2 - Gostaria comentar as colocações que o sr. faz sobre o A.A., quanto à relatividade da quantidade que ele ajuda, em que destaco as duas frases que o sr. diz: 1 - “De cada 100 pessoas o AA anemizar o sofrimento de 1, será uma pessoa a menos perecendo. 2 – “O mais importante é pensar-mos naquele que ainda sofre.”
Vejo que o sr., ainda que de forma muito educada, tem a mesma e primordial dificuldade, dos que discordam de mim, de entender minhas razões fundamentais, que me levaram a desnudar as verdades sobre o A.A. Da primeira frase, digo-lhe que não estou (muito) preocupado com aquele, dentre os 100, que conseguiram ficar em A.A. Ainda que eu acho que ele se recuperaria em qualquer outro lugar, e que não foi o A.A., mas ele mesmo que conseguiu controlar sua doença. E mais, que ficando em A.A. e aceitando sua doutrina, ele perderá sua liberdade, ficando alienado, evidentemente que poderá haver exceções, mas via de regra, é o que normalmente acontece. Não estou muito preocupado com este 1 que aceitou o programa de A.A., mas com os outrs 99 que não aceitaram. Onde estariam estas outras 99 pessoas? Na minha versão, eu digo que quando os dependentes (os poucos) chegam ao A.A., eles estão com a autoestima “zerada” e quando lá ficam sabendo que a causa de sua doença são seus “defeitos de caráter” e sua condição de “pecador”, a esmagadora maioria desistem. O que é pior, é que não desistem só do A.A., mas de qualquer outra forma de abordagem, pois pensa que tudo é a mesma coisa, afinal ele está transtornado com tanta lição de moral e repreensões. Como o sr. bem sabe, as formas de abordagens quase sempre são inadequadas, cheias de sermões, parecidas com as de A.A. E também ele já não acredita nem em Deus pois, fez um périplo por várias Igrejas que nada resolveu.
A segunda frase está relacionada e é uma consequência da primeira, pois é exatamente sobre aquele que ainda sofre, que me preocupo, pois me coloco no lugar dele. Na verdade eu estive no lugar dele, e de pensar que ele pode sucumbir como eu quase pereci, me atordoa, me incomoda, e é por isso que devotei minha vida a esta causa. Quando precisei não encontrei quem me orientasse adequadamente. Sobre suas perguntas, pode ir em meu blogue que as encontrará ali.
01/11/2012 às 21:52