VISITANTES Greda - Grupo de Recuperandos da Dependência de Álcool / Luiz Alberto Bahia: 2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Resposta ao comentário do senhor Arnaldo Pereira

Recebi ontem (13/12/11) um comentário na página “Sumário do livro O mito [...], conforme abaixo na íntegra, e que logo em seguida passo a comentar:

Senhor Luiz Alberto Bahia
O alcoolismo é uma doença muito pouco compreendida. A abordagem científica / médica / medicamentosa é precária. Dá certo apenas para uma pequeníssima parcela de alcoólicos. Os maiores especialistas no assunto (já ouviu falar em George Vaillant?) concordam que a melhor abordagem tende a ser multifacetária, agregando medicamentos, psicoterapias e grupos de auto-ajuda. Ainda assim é dificílimo recuperar um alcoólatra.
Se temos um método que dê certo nesta área, mesmo com índice de recuperação baixo, qualquer pessoa sensata diria: deu certo para você? Então continue!
Se o senhor defende um "novo método" ou conjunto de ações para a recuperação do alcoolismo, não consigo entender a razão de basear a sua promoção no ataque a outro que funciona, mesmo que para poucos. Nessa área é preciso agregar, não disputar!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

FOTOS COM MEMBROS DA "MESA REDONDA" DO VII CONGRESSO DA EDUCAÇÃO

Mesa Redonda, da (E) para a (D):  Dr. Daniel, Dr. Gledson, Dr. Luiz André e eu.
Minha apresentação ladeado pelo Dr. Luís André e Dr. Gledson
Dr. Daniel Cruz Cordeiro(E) Boneco Dudu e eu (D)
Dr. Daniel Cruz (E) Dr. Luís André (C) e eu (D)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

PROJETO PREVENÇÃO DE VERDADE


No Programa Espaço Aberto, de 07/09/2011, apresentado por Alexandre Garcia, na Globonews, foram apresentadas algumas ideias idênticas as que já estão incorporadas ao projeto "Prevenção de Verdade", de minha autoria. Este projeto foi elaborado no ano de 2000, e o atualizei agora para apresentação no Congresso de educação do UNIPAM, no início de outubro.
Participaram do debate o ex-ministro da saúde Alceni Guerra e o Coordenador de saúde mental do Ministério da Saúde, Dr. Roberto Tykanori

Em determinado trecho do debate, o ex-ministro da saúde Dr. Alceni Guerra, falou de uma entrevista que ele participou com o Dr. Eduardo Kalina. O entrevistado, médico argentino conhecido em todo mundo, foi perguntado sobre qual a diferença entre a Argentina e o Brasil, e também na América do Sul, na abordagem sobre prevenção do uso de drogas. O Dr. Kalina respondeu: a criança brasileira enfia o dedo na tomada de eletricidade? Ao que responderam que não, não enfia porque lhes ensinamos que a eletricidade mata. Então o Dr. Kalina, completou: é isso que vocês têm que fazer, ensinar as crianças que droga é como a eletricidade. Elas matam.
Então em sua explanação o ministro continuou dizendo que é essa a providência que temos de tomar no Brasil. Educar, e por educar, no sentido real da palavra, em casa e na escola. As crianças precisam receber informações, de que droga é como a eletricidade, que uma é como a outra em termos de potencial para matar.
Me identifico plenamente com o pensamento do ex-ministro e do Dr. Eduardo Kalina, tanto é que em nossa participação no Mesa Redonda, do VII Congresso Mineiro de Formação de Professores, a realizar-se-á em 05 de outubro de 2011, estaremos apresentando nosso “Projeto Prevenção de Verdade”, que foca esta mesma ideia dos dois médicos.
O Projeto Prevenção de Verdade conta com vários conteúdos didáticos, entre eles temos o livro O Curioso (vide informações sobre ele aqui mesmo no blogue) e o Kit do Dudu. Este Kit é composto por um tripé que tem ao alto afixada uma tomada de energia elétrica, e esta tomada conta com uma extensa fiação elétrica, também ao alto estão colocadas três placas nas cores amarelo, vermelho e verde, e, mais abaixo, há uma plataforma que se serve de mesa onde é colocado um castiçal com vela, um pote de pimentas com colher e um prego. O Kit se presta para auxiliar na ministração de uma palestra lúdica e interativa, com a finalidade de prevenir o uso de drogas junto à crianças na faixa etária de dois a onze anos de idade.
Quem se interessar em conhecer o projeto na íntegra, basta solicitar-me pelo lzbahia@gmail.com que o enviarei. O vídeo do debate acima mencionado poderá ser visto no meu Orkut.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

CASO (MORTE) DO CARTUNISTA GLAUCO - SEITA DO SANTO DAIME


Welcome to our blog, dear visitor.
If you are not Brazilian, we would like to ask you gently to inform us from what kind of media you came to know our blog, or even our ideas and works. You would make us a great favor if you could inform us the name of the vehicle (newspaper, journal, TV, blog, etc), as well as the title of the article or report that announced us.
We suggest that you make us this favor by using the link “o comentário”, or even sending an e-mail to lzbahia@gmail.com.
We also accept – and this is extensive to our visitors, including from Brazil – suggestions of themes to be put in dispute. We are entirely available to clarify or inform about any matter related to drug addiction.
We would also like to inform that by now, our blog has been visited by foreigners from the following countries, in decreasing order of number of people: United States, Netherlands, Germany, Russia, Portugal, Spain, Mexico, Canada and Argentina.
Best wishes,
Luiz Alberto Bahia

TRADUÇÃO:
Bem-vindo ao nosso blog, prezado visitante.
Se você não é de nacionalidade brasileira, solicitamos-lhe a especial gentileza de nos informar por qual meio midiático tomou conhecimento de nosso blogue, e/ou obras e ideias. Prestar-nos-ia um grande favor se nos informasse o nome do veículo (jornal, revista, TV, blog, etc.), bem como o título do artigo ou reportagem que noticiou sobre nós.
Solicitamos-lhe que nos faça este favor por intermédio do link “o comentário”, ou pelo endereço eletrônico lzbahia@gmail.com.
Aceitamos também – extensivo a todos o visitantes, inclusive do Brasil – sugestões de temáticas para serem colocadas em debate. Colocamo-nos ao inteiro dispor de todos para esclarecer ou informar sobre quaisquer questões relativas à drogadição.
Informamos ainda que até o presente momento, nosso blogue está sendo visitado por cidadãos estrangeiros, dos seguintes países, por ordem decrescente de número de pessoas: Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Rússia, Portugal, Espanha, México, Canadá e Argentina.
Com meus agradecimentos,
Luiz Alberto Bahia


Hoje a mídia brasileira está divulgando o desfecho do caso da morte do cartunista Glauco e seu filho Raoni - abaixo o artigo publicado pelo Estadão. Em adendo (que segue logo abaixo) que inserimos em nosso livro, prevíamos tal desfecho. Entenda com esse intrincado caso, dentre outras coisas, como é que nasce uma religião.
  Ler mais: http://greda-luizalbertobahia.blogspot.com/p/ler-mais-caso-glauco.html

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

COMENTÁRIO DA AUXILIADORA FERREIRA NO BLOGUE DA PRISCILA SIMÕES

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Best wishes,
Luiz Alberto Bahia

TRADUÇÃO:
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Solicitamos-lhe que nos faça este favor por intermédio do link “o comentário”, ou pelo endereço eletrônico lzbahia@gmail.com.
Aceitamos também – extensivo a todos o visitantes, inclusive do Brasil – sugestões de temáticas para serem colocadas em debate. Colocamo-nos ao inteiro dispor de todos para esclarecer ou informar sobre quaisquer questões relativas à drogadição.
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Com meus agradecimentos,
Luiz Alberto Bahia

A Priscila Simões me encaminhou um comentário que foi postado em seu blogue:

Você já participou das reuniões de AA, como um membro ou mesmo um pesquisador? Sou Al-Anon e tenho familiares que participam, inclusive meu tio (já falecido, devido a um problema pulmonar), participou por mais de vinte anos e o programa de AA funcionou para ele, assim como para várias pessoas que conheço que estão com mais de vinte anos fazendo a programação sem ingerir bebida alcoólica. Você pode achar a literatura obsoleta, mas na verdade (como a Biblia), a temática é bem atual, pois tudo o que foi escrito há vários anos, ainda hoje é vivenciada em vários lares brasileiros: a decadencia familiar provocada pelo alcoolismo. Você está equivocado. Precisas fazer um estudo mais profundo sobre a Programação dos Alcoólicos Anônimos.

Auxiliadora Ferreira
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No incansável lavor de esclarecer a quantos puder, respondi, conforme abaixo.
Estimada Auxiliadora,
É com prazer que respondo a algumas das indagações que você me formula, me permitindo assim esclarecer algumas questões pontuais.
1 - Já participei de reuniões de A.A. sim, tanto pela internet como aquelas chamadas presenciais. Como pesquisador ciente e responsável, procurei conhecer bem a irmandade de A.A. Meus conhecimentos sobre a instituição, e principalmente sobre Dependência de Álcool, levaram a entidade me agraciar com o título de “Amigo de AA”. Proferi palestra em solenidade de A.A. e cheguei a escrever artigo (a pedido de A.A.) para a revista Vivência, que é editada pela organização.
2 – Quanto ao programa ter funcionado para o seu falecido tio e para outros familiares seus, não tenho a menor dúvida. Sei que muitas pessoas tornam-se abstêmias seguindo a programação de Alcoólicos Anônimos, contudo, a meu ver, são doutrinados e perdem um bem valiosíssimo: sua liberdade religiosa e filosófica. Mas você sabia que esse contingente não representa nem 0,3%, e que menos de 1%, segundo a OMS, estão em tratamento, e que esses resultados pífios, são a meu ver, na maior parte, de inteira responsabilidade de A.A.?  Muitos fazem a “programação sem ingerir bebida alcoólica”, como você diz, e isso é um aspecto positivo, mas e quanto aos aspectos negativos da irmandade (imensamente maiores que os positivos – que abaixo eu comento) você já procurou analisar?
3 – Agora sou eu que te pergunto, querida Auxiliadora, sobre a sua frase “Você pode achar a literatura obsoleta, mas na verdade (como a Biblia), a temática é bem atual”: Você leu meus argumentos, em que discorro poque a literatura de A.A. é obsoleta e extemporânea?
- Fica a dúvida, sobre dois pontos.
a) Quando você diz, referindo-se a literatura de A.A, que na “verdade a temática é bem atual”, não explicou as razões.  Só a temática é atual querida Auxiliadora. Por ser atual, a temática não endossa ou corrobora o obsoletismo e extemporaneidade desta literatura.
b) Em parte de meus argumentos, que acima me refiro, eu digo que a doença é tratada de maneira sectária pelo A.A., em que a doença é tida pela irmandade, como de origem espiritual e pelos “defeitos de caráter” do dependente. E aí está o grande problema, cara Auxiliadora, ao tratar a patologia de maneira tão preconceituosa e arcaica, A.A. estigmatiza fortemente todos os dependentes de álcool, pertencentes ou não à irmandade. Ninguém tem vergonha de ser cardíaco, hipertenso ou diabético, mas tem vergonha de ser dependente de álcool, e A.A. tem muito a ver com isso, pois é a irmandade que divulga tais mitos sobre a doença. Até mesmo os aidéticos e leprosos não são mais estigmatizados, pois campanhas foram empreendidas para esclarecer a sociedade, que passaram a vê-los com outros olhos. Mas A.A. continua divulgando sistematicamente (mesmo diante de avanços da medicina, que mostra que a patologia é multifatorial, principalmente de natureza fisiológica, mental e hereditária) que ela é de natureza moral.
4 – Te digo ainda, cara Auxiliadora, que toda a argumentação de Bill Wilson e A.A. (Na sua literatura obsoleta e extemporânea – principalmente nos Doze Passos) para estigmatizar os dependentes de álcool, foi determinada por uma farsa de Bill e Jung, a partir da ideia assim expressa: “A sua fixação pelo álcool era o equivalente, em nível mais baixo, da sede espiritual do nosso ser pela totalidade, expressa em linguagem medieval, pela união com Deus”. E daí veio a fraude, que foi cunhada em uma frase lapidar. Nesta frase foi dito “Veja você, ‘álcohol’ em latim significa ‘espírito’, e você, no entanto, usa a mesma palavra tanto para designar a mais alta experiência religiosa como para designar o mais depravador dos venenos. E em seguida acrescenta: A receita então é ‘spiritus’ contra ‘spiritum’”. A fraude é tão espetacular, cara Auxiliadora, que a palavra álcool, ou álcohol, como queira nem existia nos dicionários de latim daquela época (1961) em que as frases acima foram ditas. Infelizmente o espaço aqui não comporta tudo que eu gostaria de falar sobre estas fraudes. Mas se você quiser, para se esclarecer devidamente, posso te enviar por e-mail. Se a Priscila Simões também achar conveniente, posso passar a ela para divulgação aqui em seu blogue.

5 – Finalmente, querida Auxiliadora, quero dizer que você não faz justiça a minha pessoa e ao meu trabalho, ao dizer que estou equivocado e que preciso fazer um estudo mais profundo sobre a doutrina de A.A. Foram mais de 15 anos de estudos aprofundados. Afinal, prezada Auxiliadora, você leu as 384 páginas de meu livro “O mito da doença espiritual na dependência de álcool (Desmistificando Bill Wilson e Alcoólicos Anônimos)”?
Noto que os adeptos da irmandade de A.A. sempre me dizem (passionalmente) que preciso ler mais sobre A.A., mas NUNCA leram meu livro. Afirmo que até o presente momento não houve um único membro sequer, que tenha lido meu livro. E sabe onde está a lógica para isso? Talvez a resposta esteja na frase de Carl Sagan, que cito nas páginas iniciais de meu livro:
“Algumas vezes pretendemos que algumas coisas sejam verdades não porque existem indícios para isto, mas porque desejamos que isto seja verdade. Confundimos a realidade com as nossas esperanças e ansiedade.”

Com todo carinho,

Luiz Alberto Bahia

Auxiliadora Ferreira

terça-feira, 28 de junho de 2011

ENCERRADO O EPISÓDIO COM O "ANÔNIMO"

Infelizmente o senhor anônimo não entendeu minhas colocações, e nem ponderou sobre meu pedido para não responder a minha última manifestação, aqui pelo meu blogue. Neste espaço onde sou o moderador, essas deliberações deveriam ser levadas em consideração. Ainda assim ele respondeu, conforme abaixo:
Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Comentário recebido hoje (26/06/11) de um membro d...":

É fácil ser pedante e fugir de uma discussão hein...

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Luiz Alberto Bahia

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Luiz Alberto Bahia

Postado por Anônimo no blog Greda - Luiz Alberto Bahia em 27 de junho de 2011 12:47

Embora eu não visse um melhor aproveitamento no debate, pedi para que a resposta dele (se ainda achasse necessário) não me fosse encaminhada como comentário no blogue. Mesmo para sua manifestação anterior eu já que havia lhe passado meu e-mail.
As pessoas que visitam meu blogue, podem constatar pelo diálogo (abaixo) mantido, que apenas uma pequena parcela de minhas colocações foram absorvidas pelo meu interlocutor. Evidentemente que isso se deu por problemas óbvios. É muito comum aos dependentes de estágio avançado não (procurarem) receberem Terapia Cognitivo-comportamental (TCC), para os transtornos provocados por longa exposição ao álcool, dentre eles os distúrbios cognitivos, de comportamento e inadequação. Assim sendo relevo o ataque pessoal que a referida pessoa me dirigiu tendo em vista suas circunstâncias.

domingo, 26 de junho de 2011

Comentário recebido hoje (26/06/11) de um membro de A.A.

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Luiz Alberto Bahia

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Com meus agradecimentos,
Luiz Alberto Bahia

COMENTÁRIO DE UM VISITANTE DE NOSSO BLOGUE:
Sr. Luiz, gostaria de receber este tal livro, para saber a contundência das suas argumentações contra Bill W., sou membro de AA também, mas jamais fui explorado pela Irmandade...e se puder obtê-lo gratuitamente como o Sr. mencionou ao companheiro acima, ficaria muito agradecido.

Abraços!

Minha resposta:

Prezado Senhor Anônimo,

 Posso pensar afirmativamente em enviar-lhe gratuitamente o meu livro “O mito da doença espiritual na dependência de álcool (Desmistificando Bill Wilson e Alcoólicos Anônimos)”, mas antes gostaria de propor o esclarecimento de alguns pontos.

Ofereci o livro ao seu irmão de A.A., Sr. Pedro, como afirma, mas o senhor deve ter lido na minha resposta a ele, que fiz uma ressalva, de que se ele pudesse pagar, eu indicaria o meio para fazê-lo. Então gostaria de saber se o senhor não pode pagar pelo livro. Gostaria ainda de saber, se da mesma forma não paga ao A.A. por nenhuma literatura doutrinária  (para saber se não está sendo explorado), ou por nenhum dos 86 itens que a irmandade vende. Desta forma posso analisar com mais acuidade o seu pedido, mas gostaria antes de fazer algumas ponderações:
O livro está à venda e a renda se destina a fundação do GREDA – Grupo de Recuperandos da Dependência do Álcool. Trata-se de um grupo de ajuda mútua com embasamento científico, em que o dependente não ficara afiliado pelo resto da vida, como em certos grupos dogmáticos e sectários. Pois nosso lema é O dependente precisa apenas de um tratamento, e o GREDA deve ter este objetivo: o de demover o indivíduo da morte e devolvê-lo à vida.” Portanto a venda tem uma razão muito importante, e para distribuir gratuitamente é preciso que haja uma justificativa plausível. Entendo que aqueles que necessitem do livro e mostrem respeito pelas nossas propostas (que o senhor leu no texto em que comenta), devem receber o livro.
Quesito este que o senhor ainda não preencheu, mas que ainda poderá fazê-lo. Para isto basta esclarecer que ao se referir como “tal livro”, o senhor não quis dar sentido depreciativo a obra. Depois o senhor diz que o interesse em receber gratuitamente o livro de minha autoria, é tão somente “para saber a contundência das suas argumentações”. Quanto a este argumento do senhor para receber o livro sem pagar, não me parece válido. Ora, penso que se o senhor ler mais detidamente o texto da página em questão (na dúvida sugiro que leia as outras páginas do meu blogue), chegará facilmente a conclusão que, não só sou, “incisivo, categórico, terminante”, como também estou muito bem embasado cientificamente em minhas demonstrações. Ainda assim estou disposto a atender o senhor, se sua resposta for satisfatória.
Para possível atendimento a sua solicitação, gostaria que o senhor ao responder-me, dissesse seu nome completo e endereço para a postagem do livro, o Correio exige isto. Para respeitar a não publicação de seu nome, use meu endereço eletrônico lzbahia@gmail.com Quanto a isso, acho que quando uma pessoa assume sua identidade, ela assume suas responsabilidades civis e morais, e na maioria dos casos é mais comedida. Tenho notado que os membros de A.A. usam do anonimato, não apenas para satisfazer uma exigência dogmática. Usam mais dessa prerrogativa para se sentirem mais a vontade e assim dizer coisas que normalmente não diriam se assumissem a autoria das mesmas.
Por fim, gostaria de dizer que para o meu livro ser útil a V. Sa., terá que abrir sua mente a concepções mais modernas e científicas, o que será muito difícil pois, parafraseando Carl Sagan, a verdade para esmagadora maioria dos AAs é somente aquilo que querem acreditar.

quarta-feira, 18 de maio de 2011


TERMOS IMPRÓPRIOS EMPREGADOS (PELO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO) NA REPORTAGEM “Grupo dos Alcoólicos Anônimos tem a sua eficácia contestada”, de 27/03/11.


 
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Com meus agradecimentos,
Luiz Alberto Bahia



TERMOS IMPRÓPRIOS:

 Agora que o debate não está mais intensificado, cabe esclarecer alguns pontos importantes, sobre termos inadequados empregados pela jornalista encarregada da matéria da Folha de São Paulo, sendo que a maior parte deles foi atribuída à minha pessoa. Só não alertamos sobre esses inconvenientes no auge dos debates, com receio de que nosso pronunciamento pudesse mudar o foco das discussões, mas a questão é de alta relevância e achamos que todos deveriam tomar conhecimento sobre os comentários que passamos a fazer:

Na entrevista que concedi ao jornal alertei a jornalista para os termos inadequados usualmente empregados por leigos em dependência de álcool. Nesta entrevista de quase uma hora e meia, parte da mesma foi para esclarecer sobre este ponto, muito importante, pois alguns deles ajudam a estigmatizar os dependentes. A pedido do jornal, cedi um exemplar do meu livro "O mito da doença espiritual na dependência de álcool (Desmistificando Bill Wilson e Alcoólicos Anônimos)", em que eu alerto para o problema, e explico sobre as consequências que tais inadequações refletem em todos os dependentes. Mas a jornalista não levou em conta essa nossa contribuição e achou mais conveniente empregar termos sensacionalistas normalmente utilizados pelos profissionais desavisados da mídia.

Primeiramente a jornalista diz que eu sou um ex-frequentador de A.A., o que não é verdade. Quando fui perguntado reincidentemente se fui membro de A.A., deixei claro para a jornalista que não o fui, porque não aceitei o programa da irmandade, que na época em que procurei a irmandade buscando ajuda, achei o programa preconceituoso e discriminatório, e até ofensivo (opinião partilhada por muitos dependentes – veja comentários de dois deles aqui no meu blogue).

A frase seguinte, atribuída a mim, em que diz “No AA, o dependente é tratado como pecador e deve aceitar um programa espiritual para ser curado”, leva o leitor mais atento (os especialistas e outros profissionais da área de saúde) a suspeitar de meus conhecimentos sobre o tema. Na verdade eu nunca empreguei o termo “cura” ao me referir a drogadição, já que é largamente sabido e difundido (eu próprio já o afirmei, em meus livros, artigos e em entrevistas) que a doença não tem cura, fato que a jornalista foi devidamente cientificada.

Posteriormente, na matéria, a jornalista diz: “Para Bahia, o AA é baseado numa ideia antiga de que vício é desvio de caráter.”. Aí está outro termo pelo qual não tenho a menor simpatia e que evito sistematicamente: vício. E este termo mereceu destaque nos meus alertas à jornalista, pois quase sempre os profissionais da mídia mostram uma predileção injustificada por ele, e isso foi dito nestas mesmas palavras à desatenta profissional, além evidentemente das explicações salientadas em minhas obras, principalmente no livro em questão, enviado à jornalista. Neste meu livro uso a palavra “vício” apenas quatro vezes, assim mesmo porque elas estavam contidas em citações que faço, e a meu critério, e como manda a boa prática literária, não se muda citação. Uso assiduamente o termo “dependência de álcool” que é o termo mais adequado e menos estigmatizante. A palavra “vício” está completamente em desuso (exceto para muitos jornalistas) em drogadição[1], servindo-se muito mais para se referir à deformação moral das pessoas ou objetos, completamente inadequada para se referir a uma doença. E esta é uma das grandes dificuldades dos profissionais da mídia: ver as dependências – todas elas – como doenças simplesmente. Quase sempre é escandalizante para a mídia.

Quero dizer sobre outra frase que me é atribuída, quando é dito que “o programa estigmatiza o paciente, e a sociedade tem uma visão deturpada do alcoolismo por causa dele.”. Assim como a palavra alcoólatra, alcoolismo é outro termo de que não faço uso, exceto em citações, ainda que sejam palavras usadas com frequência, inclusive por especialistas. Assim nos explicamos em nosso livro aqui referenciado:

O leitor já deve ter observado que, ao longo das páginas anteriores, evitamos as palavras alcoólatra e alcoolismo, a não ser quando se tratava de referência – quando outros assim mencionavam. Achamos melhor evitar essas palavras, não porque elas estejam nominalmente erradas, mas porque o emprego delas acabou sendo desvirtuado ao longo do tempo e hoje são estigmatizantes. Essas palavras já não servem para designar uma doença ou um doente. Esse uso, digamos, tornado impróprio pelo seu mau uso ou viciado, acabou por desqualificá-las como significativas de um conceito na sua mais pura essência. Aquelas palavras servem muito mais para fins pejorativos do que para designar o doente ou a doença; são mais utilizadas para provocar, discriminar, ofender e/ou ferir.{...]“ O termo alcoólatra confere uma identidade e impõe um estigma, que anula todas as outras identidades do sujeito, tornando-o tão somente aquilo que ele faz e que é socialmente condenado, não pelo que faz, mas pelo modo como o faz. Em outros termos, não é a bebia em si, mas aquela pessoa que bebe mal, isto é, de modo abusivo, desregrado, que a leva à condição de ser socialmente identificada popularmente como “alcoólatra”, ou seja, quem “idolatra”, “adora” e se tornou dependente do álcool.

Finalmente quero dizer que o entendimento que o público possa ter tido de meu livro ou de minha pessoa, pode ter sido prejudicado devido aos deslizes cometidos pelos que conduziram a matéria jornalística. E embora meu livro se destine ao grande público, porque foi cuidadosamente preparado para este fim, em uma linguagem muito simples - acessível até para alunos do ensino médio -, sentimos que a abordagem inapropriada prejudicou nossa imagem. Nossos cuidados para um grande alcance do livro se devem principalmente porque não há quem não viva sob as interferências maléficas das dependências do álcool, que é classificada como um dos maiores problemas de saúde pública mundial. Ele é um livro científico. Mas nossa maior preocupação com as repercussões negativas estão ligadas aos especialistas, que podem ter deixado se influenciar pelas colocações inoportunas da jornalista. E assim, com a presente retificação, realinhando nossa verdadeira ideologia sobre alguns aspectos do tema, esperamos minimizar os efeitos perniciosos que foram provocados pela matéria.



[1]Conforme enunciado, em outra obra de nossa autoria, adição é um termo recente, largamente usado em medicina e que deriva de adicção, que por sua vez, vem de adicto. Adicto (Dicionário Houaiss): lat. addictus, a, um ‘adjudicado ao seu credor, como devedor insolvável, p. ext. submisso, escravizado’, part. pas. deaddicere ‘daro seu assentimento, aprovar, adjucar (em lanço), vender; adjucar a pessoa do devedor ao credor, para que este use daquela como seu escravo’ (jur); já substv., no próprio lat. addictus, i (form. a partir do part.pas.) ‘escravo por dívidas’; o subst. Foidoc. em Plauto, numa peça que se perdeu.

domingo, 17 de abril de 2011

Resposta à Tania

Welcome to our blog, dear visitor.
If you are not Brazilian, we would like to ask you gently to inform us from what kind of media you came to know our blog, or even our ideas and works. You would make us a great favor if you could inform us the name of the vehicle (newspaper, journal, TV, blog, etc), as well as the title of the article or report that announced us.
We suggest that you make us this favor by using the link “o comentário”, or even sending an e-mail to lzbahia@gmail.com.
We also accept – and this is extensive to our visitors, including from Brazil – suggestions of themes to be put in dispute. We are entirely available to clarify or inform about any matter related to drug addiction.
We would also like to inform that by now, our blog has been visited by foreigners from the following countries, in decreasing order of number of people: United States, Netherlands, Germany, Russia, Portugal, Spain, Mexico, Canada and Argentina.
Best wishes,
Luiz Alberto Bahia

TRADUÇÃO:
Bem-vindo ao nosso blog, prezado visitante.
Se você não é de nacionalidade brasileira, solicitamos-lhe a especial gentileza de nos informar por qual meio midiático tomou conhecimento de nosso blogue, e/ou obras e ideias. Prestar-nos-ia um grande favor se nos informasse o nome do veículo (jornal, revista, TV, blog, etc.), bem como o título do artigo ou reportagem que noticiou sobre nós.
Solicitamos-lhe que nos faça este favor por intermédio do link “o comentário”, ou pelo endereço eletrônico lzbahia@gmail.com.
Aceitamos também – extensivo a todos o visitantes, inclusive do Brasil – sugestões de temáticas para serem colocadas em debate. Colocamo-nos ao inteiro dispor de todos para esclarecer ou informar sobre quaisquer questões relativas à drogadição.
Informamos ainda que até o presente momento, nosso blogue está sendo visitado por cidadãos estrangeiros, dos seguintes países, por ordem decrescente de número de pessoas: Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Rússia, Portugal, Espanha, México, Canadá e Argentina.
Com meus agradecimentos,
Luiz Alberto Bahia

RESPOSTA À TÂNIA:

Uma pessoa que se identificou como Tania, fez um comentário no blogue do Luiz Nassif que eu respondi. Como minha resposta demorou para ser publicada, fiz aqui o registro. Abaixo, em primeiro lugar transcrevo o texto do comentário exatamente como ela escreveu, e em seguida, a minha resposta.
“A 10ª tradição me aconselha a não entrar em controvérsias, a não responder a esse tipo de ataque, mas ainda não estou tão bem no programa, e então não resisto a dar o meu pitaco...
Então eu digo: só quem não se informou direito pode dizer que o 4º passo é uma ‘declaração de culpa’!!!! que pesquisador é esse???? Em qualquer curso básico de graduação se diz que a primeira coisa para se entender um texto é LÊ-LO – esse sr Bahia diz que não tem nenhuma companhia de bebidas por trás da sua obra (ele ‘obrou’ bem, com certeza, rsrsrsss) mas que ELE tem uma visão totalmente tendenciosa e nada livre, dá prá se notar claramente...
Para afirmar o que ele afirma, sequer o livro-base do AA elel leu!, (ou pior - vai ver leu,E NÃO ENTENDEU... tá cheio de analfabetos funcionais por aí – é assim”

Querida Tania,
Não tenho o hábito de responder a ataques pessoais (que você inverte o ônus da autoria) como os que você me dirige, inclusive usando termos como ele “‘obrou’ bem”. Sinceramente, acho que você mesma merecia ser lembrada por alocução mais respeitosa e magnânima, que pudesse acrescentar valoração conceitual em tema de importância tão relevante. Porque minha proposta é esta: provocar um debate de alto nível, em que soluções mais producentes sejam encontradas para um gravíssimo problema que vem assolando a humanidade desde os primórdios de sua existência; em que menos de 1% estão em tratamento, segundo a OMS. Você, como todo ser humano merece (ainda que não se dê) o devido respeito e se colocar em posição mais condizente com a (nossa) parcela mais nobre, que todos nós portamos no recôndito de nosso ser.
A todos que lerem sua manifestação (pelo menos de agora em diante) eu pondero:
Eu li sim, e detidamente, o Quarto Passo que diz “Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.”
Embora neste passo seu autor, Bill Wilson, esteja praticando “projeções Freudianas”, ele diz de maneira inequívoca que para fazer este passo: “nos agarramos com relutância a esses graves defeitos de caráter que nos tornaram bebedores-problema em primeiro lugar, falhas essas que precisam ser enfrentadas, a fim de evitarmos um novo refúgio no alcoolismo”. Neste Quarto passo, o adepto de A.A. é instado a fazer um detalhado e corajoso inventário de seus defeitos de caráter, para se livrar da dependência. No texto do Quarto Passo só se chama a atenção para denunciar o suposto desvio de caráter do doente, que é instado a fazer o mea-culpa. Lá é dito que “precisarão reinquirir-se impiedosamente para determinar até que ponto seus defeitos de personalidade demoliram sua segurança”. No ponto final do julgamento vem a sentença abominável: “Sejam quais forem os defeitos, acabaram por nos enforcar no alcoolismo e na miséria”.

Acontece, cara Tania, que ao escrever meu livro, dando minha pequena contribuição à causa dos dependentes, eu previa que haveria enormes resistências por parte da esmagadora maioria dos membros da irmandade de A.A., não porque sejam “analfabetos funcionais” mas sim, porque todos os adeptos de “sistemas doutrinários” reagem cegamente em defesa de suas crenças. E foi por isso que logo no início do livro citei o seguinte pensamento:

 “Algumas vezes pretendemos que algumas coisas sejam verdades não porque existem indícios para isto, mas porque desejamos que isto seja verdade. Confundimos a realidade com as nossas esperanças e ansiedade.”
Carl Sagan

Acho oportuno passar mais alguns esclarecimentos, segundo minha opinião, aos visitantes deste blogue:

ALCOÓLICOS ANÔNIMOS MAIS ATRAPALHA DO QUE AJUDA

Notamos a grande dificuldade que as pessoas têm ao analisar a atuação de A.A., mostrando desconhecimento da realidade envolvida na questão. A maioria dá valoração exagerada, creditando à irmandade, a recuperação de dependentes de álcool, em uma quantidade superdimensionada. Na verdade, a OMS afirma que menos de 1% dos dependentes de álcool estão em tratamento, e destes, apenas algo em torno de 0,3% estão filiados ao A.A. A esmagadora maioria dos dependentes de álcool sente-se estigmatizada por ser portadora da doença, e a razão disso, em grande escala, pode ser atribuída ao próprio A.A., pelas razões anteriormente aqui expostas. Se forem levadas em consideração, baseando-se na mesma informação da OMS, que mais de 99% dos dependentes se negam a se tratarem devido a sectária atuação da irmandade, se chegará, sem paixões, a conclusão de que Alcoólicos Anônimos presta um estupendo desserviço a humanidade. Infelizmente.


NOSSA PROPOSTA ALTERNATIVA

Os dependentes de álcool, em sua grande maioria, clamam a ausência de atendimento médico qualificado que satisfaça às suas necessidades e anseios. Primeiro falta assistência preventiva e, em consequência disso, instala-se a patologia; depois, por falta de diagnóstico precoce há um açodamento da doença; e por fim, falta auxílio eficaz para se deter e controlar essa mesma doença. Nessa última fase, quando o dependente sente os efeitos mais contundentes da moléstia e quase sempre busca amparo para suas agruras, percebe que a medicina que diagnostica sua patologia, inclusive fazendo constar em relatórios médicos o CID, não disponibiliza de suporte terapêutico para a manutenção da sobriedade. Essa mesma medicina cuida apenas dos efeitos secundários da doença, ou das doenças correlacionadas, tanto a respeito dos órgãos (todos) afetados pelos efeitos do álcool, quanto dos problemas de ordem psiquiátrica advindos de seu uso prolongado. Para a dependência de álcool propriamente dita, os médicos apenas recomendam a abstinência, sopese os inquestionáveis conhecimentos que já acumulam em outros pontos específicos.
Produzida essa lacuna pela inação da ciência, resta ao dependente lançar mão dos recursos adquiridos por meio da experiência de precursores que vivenciaram as mesmas circunstâncias. Para que isso seja viável, torna-se necessário ao buscador afiliar-se a um grupo de ajuda mútua, e aí ele depara com uma grande questão sobre os princípios de funcionamento desses grupos, que muitas vezes afrontam os próprios princípios dele ou conflitam com alguns de seus sentimentos, o que já foi explicado em páginas anteriores.
As entidades civis existentes que se dispõem a ajudar o dependente de álcool contam com valioso acervo humano, mas se fundamentam em preceitos extemporâneos e requerem, por parte de seus adeptos, a crença num Poder Superior que possa apoiar esses preceitos, e também em orações e credos religiosos, o que absolutamente não se configura como terapia, nem produz os efeitos que se espera dela. Os grupos existentes originaram-se do Alcoólicos Anônimos, ou são o A.A. propriamente, que por tradição entende que é preferível preservar esses preceitos a atualizá-los, postando-se assim numa condição sectária, e vendendo aos seus adeptos literatura ultrapassada, além de todos os inconvenientes e ineficácias de que já falamos. Existe uma enorme distância entre os grupos existentes e a realidade desejável para o dependente de álcool contemporâneo. Diante desse quadro resolvemos fundar o GREDA, como ponto de partida para achar soluções para esse impasse. Como vimos, o primeiro grupo de ajuda mútua para dependentes de álcool nasceu numa época em que apenas poucos médicos perspicazes entendiam que a dependência de álcool era uma doença, e apenas parte deles tinha a coragem de assumir publicamente essa convicção, uma vez que tal atitude representava afrontar os códigos morais vigentes na época. Esses códigos morais emanavam principalmente da Igreja Cristã. Conforme já dissemos, a radical oposição da Igreja fundamentou-se no conceito de que os médicos “estavam elevando a depravação ao status de doença”. A Igreja ainda insistia em afirmar, na qualidade de guardiã da sociedade, que o dependente de álcool era uma “criatura pecadora” que inspirava piedade, “que preferia o vício (sic) à virtude” e que era responsável pelos seus inúmeros problemas. Proclamava a Igreja que “os dependentes devem ser desprezados e merecedores de dó, e que os abstêmios seriam virtuosos e admiráveis”. Tais preconceitos foram incorporados pelo A.A. e absorvidos pela sociedade. Dessa forma, tratavam-se os dependentes de álcool como se fossem portadores de graves transtornos de caráter, pessoas que não tinham personalidade para levarem uma vida pautada nos bons costumes e que deliberadamente assumiam fraquezas e desajustes interiores. As frustrações foram vivenciadas pelos dependentes de álcool que, buscando a solução para seus problemas, aceitaram as humilhações e sugestões de leigos e fizeram uma peregrinação pelas religiões inutilmente. Então quando lhes dizem (e dizem quase sempre) que sem conversão não há recuperação, eles desanimam. Os dependentes que chegam a esse ponto estão descrentes com propostas teológicas e humilhados demais para terem de aceitar que a causa dos seus problemas está em seus defeitos de caráter. Estamos, assim, apenas tentando impedir que coloquem uma cruz adicional em seu dorso e tratando da questão como ela é, um caso de doença, que exige dignidade no seu trato. Por tudo o que foi dito até aqui, e também por nossa própria experiência de não aceitar a ajuda dos grupos existentes na época em que buscávamos uma saída (o que até tentamos - nos levou a trilhar por outros caminhos em busca da recuperação), é que chegamos à conclusão de que faltava um grupo que pudesse abrigar um enorme público - certamente a esmagadora maioria - que, devido à falta de alternativas, inclusive por falta de opção pelos seus próprios meios, sucumbe desgraçadamente. Um grupo que explicasse a natureza da patologia e os orientasse enquanto pacientes, nos mesmos moldes que são orientados os pacientes acometidos por outras doenças. Sem preconceitos ou outros rótulos discriminatórios. O GREDA – Grupo de Recuperandos da Dependência de Álcool, que estamos fundando, poderia servir estritamente como salutar opção, ou mesmo para preencher parte da lacuna existente. O GREDA  seria abrigo temporário para aqueles que não aceitam a doutrinação dos grupos de ajuda mútua existentes, já que a proposta não é de tratamento para o resto da vida. Não temos a pretensão megalomaníaca de preencher toda a lacuna existente, todavia se o GREDA preencher uma pequenina parte dela nos daremos por satisfeitos. Mesmo se não alcançarmos essa modesta previsão, mas se conseguirmos com nossos intentos, estabelecer um profícuo debate em torno da questão, ainda assim poderia se considerar que os objetivos foram atingidos.
A esmagadora maioria dos dependentes adere a programas que são verdadeiras dependências, ficando assim com o mesmo problema de dependência. Não adianta nada sair de uma dependência e entrar em outra. Já dissemos aqui que, o dependente de álcool e, por extensão, de qualquer droga, precisa é acima de tudo se libertar. Libertar-se verdadeiramente de quaisquer escravidões, afinal o que ele precisa é livrar-se da condição de adicto, que, como já vimos, significa “adjudicar a outrem para ser usado como escravo”. Chega de armadilhas, queremos ser absolutamente livres. E essa é a proposta deste programa estacado nestes 7 pilares: concorrer na recuperação do dependente de álcool observando-se o estrito respeito à dignidade e à liberdade humana. Acolher o semelhante que necessita de ajuda até que ele se recupere totalmente e depois abrir-lhe as portas para que saia de volta para a vida. Assim nosso lema bem que poderia ser:
O dependente precisa apenas de um tratamento, e o GREDA deve ter este objetivo: o de demover o indivíduo da morte e devolvê-lo à vida.”

terça-feira, 5 de abril de 2011

ATUALIZAÇÕES PERIÓDICAS

Atualizaremos periodicamente as informações aqui postadas, inserindo trechos do livro "O mito da doença espiritual na dependência de álcool (Desmistificando Bill Wilson e Alcoólicos Anônimos)"

1º trecho:

“Em seu desespero e desamparo, Bill gritou: ‘Farei qualquer coisa, qualquer
coisa que seja!’ Ele havia chegado ao ponto de total esvaziamento – um estado de
rendição completa e absoluta
Deus existe, que Se revele!’
O que aconteceu em seguida foi eletrizante. ‘O quarto foi subitamente inundado
por uma luz indescritivelmente branca’.” (
páginas também são do mesmo livro e página aqui indicado)
Bill relata que foi arrebatado por um êxtase impossível de ser descrito. Sentiu
uma alegria que jamais sentira, seguida de uma inconsciência durante algum tempo
(exatamente igual a uma exacerbação de euforia, como nas alucinações). Seguindo
sua narrativa, Bill diz que “
havia uma montanha. Eu me achava no cume da mesma, onde soprava um vento
muito forte. Um vento feito, não de ar, mas sim de espírito. Forte e poderoso, o vento
soprava diretamente através de mim.”
Conforme iremos discorrer mais adiante, inclusive fazendo as citações cientí
de trabalhos realizados por especialistas, entendemos muito bem quando Bill
15. Sem nenhuma fé ou esperança, ele gritou: ‘Se é queL.A., p. 130 – as outras citações nestaentão vi, com os olhos da mente (o grifo é nosso), queficas
fala em “ver com os olhos da mente”, quando ele fala que o vento é feito de espírito e
não de ar, e ainda que o vento soprava diretamente através dele, pois na alucinação,
a realidade alucinada é muito mais “viva”, muito mais intensa, muito mais empolgante
e tem conotações de realidade muito maior que a própria realidade, que não
precisa de contornos especiais para acontecer, ou seja, que não envolve busca. É o
inconsciente que traz à tona o passado psíquico do indivíduo para se manifestar.
Muitos relatos de adeptos de religiões e seitas que utilizam drogas alucinógenas em
seus rituais, são parecidos com a narrativa de Bill. Veja que a montanha da infância
de Bill foi uma representação psíquica muito importante para ele, pois ele sonhava
ser grande igual a ela, e ela o acompanhou pela vida afora.
Bill continua, dizendo que então lhe ocorreu o
um homem livre”. Depois, não se sabe por quanto tempo durou esse transe, porém a
sensação passou e ele pôde ver novamente as coisas à sua volta e, em seguida, após
fulgurante pensamento “você é
se acalmar, sentiu uma paz profunda, ficando “agudamente” consciente de algo que
ele chamou de “um verdadeiro mar do espírito vivo.” (
contam que ao sentir essa sensação de euforia, ou alucinação, ficam extrema
cônscios, possuídos de muita lucidez e percepção, achando inclusive que são
dotados de poderes para elevarem-se acima do chão ou passarem qual fantasma por
paredes. Muitos pensam que podem ler a mente das pessoas. Pensam que podem
enxergar doenças nas pessoas e curá-las. Se sentem tão encorajados, pensam e agem
com tamanha segurança que, são capazes de realizações e feitos que em estado nor
de consciência dificilmente o conseguiriam. Contudo a maior parte do que lhes
L.A., p. 130) Vários dependentesmentemal
passam pela cabeça é fantasia pura. Muito parecido com as alucinações provocadas
15 Pressupostos que segundo alguns teólogos são indispensáveis para que ocorra a
experiência de conversão. Colocada aqui sugestivamente.
pela LSD
sobre esse encorajamento que se apossa do indivíduo nessas situações; a LSD
é usada na presença do que se denomina “anjo da guarda”, que é a pessoa que vai
controlar os impulsos do usuário. Sob os efeitos da LSD, o usuário pode pensar que é
capaz de voar e se jogar do alto de um edifício, ou deter a marcha de uma locomotiva
obstruindo sua passagem com as mãos.
16. A propósito, a LSD se presta muito bem para também servir de exemplo
Bill continuou curtindo aquele seu estado emocional e refletindo. Pen
que aquilo deveria ser o Deus dos pregadores, uma realidade que ele não
conhecia, nos seus dizeres, sentia-se possuído pelo absoluto, entendia a perfeição
do universo e achava que não precisava se preocupar com mais nada,
pois sabia que era amado e podia amar em retribuição; “havia vislumbrado
o grande além.” (
souL.A., p. 131)

O pseudo-despertar espiritual de Bill