VISITANTES Greda - Grupo de Recuperandos da Dependência de Álcool / Luiz Alberto Bahia: 2013

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

DEPOIMENTO ENVOLTO DE AMOR E COMPREENSÃO

Abaixo estou colando o depoimento de uma ex-dependente de drogas. Ela postou este comentário depois de um cansativo debate com um membro de A.A. completamente tomado pela paixão. Este indivíduo me tratou de forma leviana, atacando e acusando-me sem o menor embasamento e razão, inclusive me fazendo por várias vezes "projeções freudianas". Por mais que eu apresentasse minhas evidências e provas sobre meus achados, não arrefecia seu rancor. Eu até entendo  as razões de tal comportamento, pois aqueles que sofrem de lavagem cerebral e devotam uma paixão desmedida por uma crença, se sentem ameaçados quando alguém apresenta uma visão diferente daquilo que acreditam. Quase sempre me acusam de estar fazendo isso para vender livros e ganhar dinheiro, devido a um completo desconhecimento do mercado editorial brasileiro. Mal sabem eles que gastei quase tudo que ganhei nesta causa, para levar informações honestas, e amenizar o sofrimento daqueles que como eu sofreu muito com a doença devido especialmente, a falta de conhecimento adequado dos profissionais da saúde. Mal sabem que atualmente contei com a ajuda de empresários, capitaneados pelo Pedro Francisco Ferreira, da COOPATOS, para publicar meu último livro. Certamente a Mércia com sua alma generosa e transbordante de amor, com tal depoimento procura ser um lenitivo para fazer face as críticas e ataques gratuitos que recebo. Felizmente recebo ocasionalmente um depoimento como este, que me renova e revigoram minhas disposições de seguir em frente nesta árdua luta, de lançar luz em uma das questões que mais leva sofrimento aos dependentes de álcool e outras drogas. Esclarecer a todos quanto eu puder, de que este pseudo programa de reabilitação baseado nos Doze Passos de A.A. é contraproducente, extemporâneo, estigmatizante Este programa divulgado pelo A.A. culpa o próprio doente pela doença, uma vez que afirmam que a doença é provocada pelos defeitos de caráter do doente e ainda por ser ele um pecador. Se a OMS informa que menos de 1% dos dependentes de álcool estão em tratamento é, principalmente, devido a estigmatização que fazem da doença e A.A. tem muita responsabilidade sobre isso.

Obrigado Mércia, de coração,


Luiz Alberto Bahia


Sr Luiz Alberto Bahia! Não poderia deixar aqui de expressar a profunda gratidão que tenho pelo senhor! Apesar de não conhecê-lo pessoalmente, de nunca ter lhe dado lucro algum, gratuitamente e generosamente soube pela disponibilidade de sua página na Internet todas as informações que me angustiavam, que estavam latentes, que me libertaram, que me fizeram crer que havia vida fora de AA. Através de tudo que li de suas pesquisas, também corri atrás de novas fontes de informações que batiam perfeitamente com tudo que o Sr pesquisou! Fui muito além. Aproveitando que minha sobrinha faria um estágio nos EUA em sociologia, pedi com uma deferência muito especial que coletasse informações a respeito de Alcoólicos Anônimos, As descobertas foram impressionantes e me libertaram de vez da seita medieval, me trouxeram qualidade de vida, me fizeram ver o quão destrutivo é a reunião de pessoas submetidas à lavagem cerebral, o quão doentio e estigmatizante isso pode ser! Infelizmente não podemos salvar o mundo, pois as tentativas que fiz de fazer alguns membros acordarem para a realidade foram em vão! Eles têm medo do que lhes poderá acontecer, e eu entendo, pois já vivi isso! Enfim, de qualquer modo, assim como eu acordei para a realidade através de tudo que li de suas informações, creio que o Sr poderá ser útil a muitas pessoas!! Um grande abraço!!!
OBS.: A página na internet que a Mércia se refere é:
www.greda-luizalbertobahia.blogspot.com

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Apologia ao uso de drogas ou liberação ao uso de drogas

Uma entidade criada para orientar dependentes e suas famílias, reportou um artigo de um jornal de Uberlândia, que aborda a liberação ao uso de drogas, que é uma verdadeira afronta a razão, expondo incautos à foice das drogas, razão pela qual deixei lá o comentário que se segue.
Fico estarrecido com o artigo publicado por “Acompanhante Terapêutico Dependência Química”, no Facebook, que deveria selecionar melhor os artigos que divulga. Quem deveria ter um conhecimento a curado sobre o assunto, copia e publica um artigo, de leigos, sem nenhum respaldo no bom senso e no conhecimento, pois este diz tremenda asneira sobre a questão, parece que é a Síndrome de FHC se espalhando.
Logo no 1º parágrafo pode se ler Neste espaço, comentamos que, se a distribuição de drogas for livre, não haverá motivo para traficá-las nem gastar dinheiro com repressão policial. O dinheiro que o governo gasta hoje com a repressão contra o tráfico e contra a drogadição poderá ser gasto com o tratamento de narcodependentes. Entendemos que, se alguém quiser comprar drogas, poderá fazê-lo livremente, como ocorre hoje com as bebidas alcoólicas.”
Ou então vejamos: Primeiramente se afirma que é “verdade incontestável” sobre as vantagem de distribuir drogas livremente, que acabará como tráfico e a repreensão policial, economizando com isso. Na verdade países desenvolvidos tentaram isso e fracassaram, a Suíça, a Dinamarca e a Holanda revisaram suas posições de liberação ao uso controlado de drogas. O criminologista holandês Dirk Korf, da Universidade de Amsterdã, diz que a “expectativa ingênua de que a legalização manteria os grupos criminosos longe dessas atividades” foi mostrada em pesquisas. Elas também apontaram que 67% da população holandesa é agora a favor de se coibir a liberdade de uso de drogas. Então essa pseudo verdade é contestável sim, não passa de um arroubo presunçoso de quem se considera o dono da verdade.
Saiba ainda que a OMS aponta que dentre os principais fatores (ela aponta 5 deles) para se tornar dependente de drogas, é o da pessoa com “fácil acesso às drogas”. Assim está ação sugerida por V.Sas. não passa de uma apologia e incentivo ao consumo de drogas. É dito também que o dinheiro gasto com repreensão poderia ser gasto com tratamento dos dependentes. Esquecem-se que o governo teria que montar uma gigantesca estrutura para fiscalizar e orientar esta máquina de fazer dependentes de drogas. Tendo em vista ainda que a maconha o tabaco e o álcool são tidos (como os americanos chamam) de Geteway Drugs, que em português, significa “Porta de entrada para outras drogas”.
Dizer que o dinheiro economizado com desmobilização da repressão, e a arrecadação com os impostos proporcionados pela comercialização da droga, poderia ser usado no tratamento de dependentes, é uma tremenda balela, pois aonde está o dinheiro para tratar dos dependentes de álcool, que não tem acesso a um tratamento especializado, em condições dignas? Leve se em conta ainda que, um dos maiores problemas do consumo de drogas é a criminalidade que se comete para conseguir dinheiro para comprar a droga. Um contingente enorme de usuários de drogas não tem dinheiro para compra-la e partem para o crime com o objetivo de levantar grana para adquiri-la? Com a liberação do comércio e uso de drogas, estas drogas certamente não estariam disponíveis aos menores, e então onde é que eles buscariam esta droga para o seu consumo? No tráfico, é claro, mas com valores ainda maiores, tornando assim mais atrativo o narcotráfico, e assim criando um círculo vicioso.
Desta forma, em vez de encontrar soluções para tão grande problema, estaria se abrindo verdadeiramente um caminho para o inferno, com enorme atalho.
É preciso ter cuidado com o que se fala, pois em vez de achar soluções para o problema, estaria criando outros, e bem maiores. Se não há bom material para publicar, ficar sem fazer nada, neste caso, é bem melhor.


terça-feira, 28 de maio de 2013

Continuação do debate:

Na continuação do debate, suprimi a maioria dos depoimentos de um membro de AA, por estar ele muito confuso, sem entender o que na realidade esta acontecendo, fixando-se em expor apenas suas convicções extremadas. Penso que se justifica tal procedimento, devido a enorme quantidade de textos e informações (que julgo importantes), seria improdutivo ocupar tanto espaço aqui com depoimentos sem nexo. Mas quem quiser tomar conhecimento dos tais depoimentos, é só acessar o blogue "Dicernimento Cristão", na seção "O espiritismo de Alcoólicos Anônimos" que os encontrão facilmente.

domingo, 12 de maio de 2013

Continuação do debate, em seus trechos mais importantes:

Mercia chagas Diz: 11/05/2013 às 17:35
Caros amigos!! Libertar-me do AA foi a melhor coisa que me aconteceu!! Ingressei pela primeira vez e depois de seis meses sofri assédio sexual, o qual foi ignorado pelos companheiros, que quiseram me convencer de que aquilo não era nada sério e eu devia perdoar! Fizeram-me até sentir culpa pelo ocorrido! Sentia-me tão mal nas reuniões, aonde o predador estava presente e fazia seu partilhamento sobre suas virtudes, que acabei literalmente fugindo daquele ambiente, Fiquei afastada, mas impregnada pela lavagem cerebral que lá sofri, aonde fui informada que se me afastasse do AA morreria, enlouqueceria ou coisa pior!! Depois de dez anos longe de AA, tomei um remedio sem o meu conhecimento que continha alcool e comecei a aumentar as doses. Depois de dois meses, resolvi que tinha de voltar para AA, pois a “maldição” que ficou na minha cabeça, de que o meu afastamento me levaria a morte começou a assombrar a minha vida!! Desesperada liguei para um companheiro que conhecia, e ele mais do que depressa me convenceu de que eu realmente poderia morrer e convidou-me a ingressar novamente, agora sob seu apadrinhamento!! Relutei alguns dias, mas ele insistia me telefonando e dizendo que estava preocupado comigo, e com as consequências da minha ausência em AA! Finalmente cedi ao seu pedido e fui levada por ele a uma reunião, onde ingressei novamente e aonde orientada por ele, escolhi como meu padrinho!! Após o meu ingresso não parava de chorar, fiquei totalmente fragilizada, ouvindo sempre que o meu afastamento havia criado todos os problemas pelos quais estava passando. Todas as noites ele (meu padrinho) fazia questão de me levar às reuniões. Até que numa noite após o termino da reunião, de carona na volta, ele sugeriu que eu viajasse com ele, para fazer o QUINTO PASSO, onde eu devia confessar a ele todos os meus defeitos de caráter!! Numa outra noite, ele me agarrou no carro e à força me beijou!! Fiquei deseperada, porque achava que não podia desistir de AA, mas também não suportava a ideia de que tinha de me envolver com meu padrinho. Fugi dele, ingressei em outro grupo onde foi acolhida por duas companheiras, pessoas muito afetuosas, que me convenceram a lá permanecer! Contei minha historia para elas, e fiquei surpresa com as historias idênticas pelas quais tinham passado. Permaneci nesse grupo por alguns anos e na verdade não pelo AA, mas sim pela amizade dessas duas companheiras! AA acabou virando um ponto de encontro com minhas duas amigas! Mas acabei deixando o grupo quando as duas deixaram de participar por outras razões!! Estou livre de AA a seis anos totalmente sóbria, livre, feliz. Não me sinto mais culpada pelo meu alcoolismo e sei que não foi provocado pelos meus defeitos de caráter, e sim por causas físicas, genéticas, psicológicas!! Durante o tempo que lá permaneci vi dois casos de suicídio, que aliás foram vistos pelo grupo como fraqueza de caráter desses companheiros!! Não é a toa que nos Estados Unidos estão se formando grupos de libertação do AA. A coisa é séria, muito mais séria do que supomos!!! É necessário que as pessoas sejam sim alertadas! Sou a favor do livre arbítrio, mas consciente!!!
matusalem cordeiro de melo Diz: 12/05/2013 às 6:26
REALMENTE AA É UM LUGAR PARA DOENTES, A PROCURA DE RECUPERAÇÃO,COMO DISSE ANTERIORMENTE VAI DEPENDER DE CADA UM.
A.A. não é um lugar adequado para doentes, ali são tratados de forma preconceituosa, discriminatória e moralista. Muitos que necessitam medicação (a maioria dos dependentes tem transtornos psiquiatrítcos) ali é convencido a não tomá-los, razão dos suicídios mencionados pela Mércia e pelo link postado pelo ex-membro de A.A. Você não quer ou não pode entender isto sr. Matusalem, haja visto as explicações que o Sr. Bahia te deu e não entendeste nada. Muitas coisa em A.A. está muitíssimo errada, mas a lavagem celebral que te fizeram o impede de enxergar isso. De coração eu te digo: Vá correndo a um psicólogo e psiquiatra para se tratar direito, pois demonstra precisar disso.
Ex-membro de AA Diz: 12/05/2013 às 8:41
Sr. Matusalem
que a pessoa que bebe compulsivamente está doente não há dúvidas, mas continuar agindo de maneira deplorável intencionalmente mesmo após estando sóbrio é lamentável, uma prova de que AA não está de fato melhorando ninguém.
Como a história da Mércia, já ouvi muitos relatos de membros que se aproveitaram do estado de fragilidade ao qual se encontravam as mulheres para seduzi-las, esta prática é desprezível e deplorável para uma autodenominada “irmandade” que afirma existir para o bem comum, isto é, tratam-se de lobos em pele de cordeiros, fingem estar dispostos a ajudar mas querem, de fato, se aproveitar.
Cuidado, as pessoas não são trouxas: a falsa moralidade de AA já está desmascarada, espero que não demore,aqui no Brasil, para surgir processos na justiça contra AA, a exemplo dos EUA, o AA de lá foi obrigado a admitir os danos causados pelos seus preceitos e atitudes mal propositadas de seus membros.
Mercia chagas Diz: 12/05/2013 às 11:43
Sr Matusalém
Se AA é um lugar para doentes, procurando recuperação, este foi o meu intento quando lá cheguei! Não estava brincando de alcoólatra! Cheguei lá depois de beber por anos convulsivamente, de capotar com carro após embriagada, de acordar de madrugada com tremedeiras horríveis em busca de álcool, de ter delírios causados pela abstinência! Eu tenho sim problemas seríssimos com o álcool, e não fugi do AA para beber, mas sim, para cuidar de minha doença, o que aliás foi conseguida usando de forma adequada anti-depressivos, prescritos por um médico que me equilibraram. Lógico que tenho sequelas, mas pelo menos, voltei a pertencer à raça humana, coisa que dentro dos grupos de AA, não acontecia, pois me ensinaram que eu era diferente! Quando estava em AA me alienava das pessoas que não pertenciam à Irmandade, tanto é que quando de lá saí, quase não tinha amigos. Agora já voltei a me ressocializar, convivo muito bem com as pessoas que não pertencem à Irmandade, não me sinto diferente de ninguém, apenas alguém que tem limitações, aliás como a maioria dos seres humanos que as possuem!! Quero que saiba que também encontrei algumas pessoas decentes em AA, mas com seríssimos problemas, que mereciam ser medicadas, em busca de melhor qualidade de vida!!

Ex-membro de AA Diz:
13/05/2013 às 23:23
O AA jamais deveria intervir em assuntos aos quais não está capacitado para atuar,nem mesmo tendo competência para isso,saúde mental é um negócio sério e afirmar para as pessoas que não é bom tomar remédios é algo perigoso. Eles partem da afirmativa de que “quem toma remédios não está realmente sóbrio” ora,como podem afirmar tal absurdo? até quando continuarão negando os avanços da medicina no tratamento da depressão e outros transtornos mentais? a consequência da negligência de uma quadro depressivo pode ser o suicídio, como já aconteceu com diversos membros. não adianta culpar as pessoas “porquê são doentes” pois se então as pessoas são doentes o AA tem que parar de brincar de ser médico,porquê competência para tratá-las o AA não tem.
Sr Matusalem!
Creio que o senhor não tenha realmente entendido a participação de várias pessoas aqui nesse blog! Em nenhuma postagem vi qualquer um de nós responsabilizando AA pelo alcoolismo.O senhor fala em culpados, mas não é esse o assunto e sim nossa discordância sobre como age a Irmandade em relação ao suposto tratamento que é oferecido!! Eu participei da Irmandade!! Não estou falando de ouvir dizer, e sim por experiências vividas! Eu mesma, joguei meus remédios prescritos pelo médico no lixo! Caí na asneira de fazer meu depoimento falando sobre isso, e ainda fui estigmatizada! Mesmo sem uso do remedio, se chegava triste, ou se chegava chorando na reunião, tinha alguém para dizer em tom de fofoca: Ela não está sóbria, deve ter tomado remédio! O lema da Irmandade de AA é pregar o medo!!! Retornei a minha carreira profissional, e ouvi conselhos de que era perigoso voltar a beber!! Isso porque na minha vida profissional eu não lido com bebidas, dou aulas!! Outro fato deprimente é como são julgadas as mulheres em AA. Uma falsa aceitação, recheada de preconceitos. Cheguei a ouvir depoimentos com diferentes palavrões, e quando o membro foi “advertido” por outros membros de que haviam mulheres na sala, o mesmo em alto e bom som disse: Mulher de AA já ouviu todas as baixarias na sua vida de bêbada, pode continuar a ouvir!!!!! Que espécie de progresso espiritual é esse, que discrimina, menospreza, amedronta os participantes da “seita”. O mais interessante é que os assédios que sofri não foram de membros ingressantes, mas sim de pessoas com 20 anos de frequência na Irmandade! Falam que quem se afasta de AA vira bêbado seco, mas acho que os mesmos estão lá dentro!! Constantemente justificam seus erros dizendo: “Sou uma pessoa doente!!!” e através disso continuam a assediar, ridicularizar, fofocar, etc, etc e tal!!!
Ex-membro de AA Diz:
16/05/2013 às 15:29
Sr. Matusalem
A CURA É NÃO BEBER MAIS. é necessário que haja transformação de mente; de hábitos; ambientes e amizades; que se procure ajuda médica, espiritual, psicológica. ter a decisão de querer melhorar dia a dia, sem se rotular como um caso perdido! Uma coisa posso dizer: quem tiver sua casa construída na rocha (JESUS) esta não vai desabar, O Senhor nunca desampara um filho. CREIA.ORE. CLAME. AJOELHE-SE
Não é a toa que muitos saem do AA com vontade de beber ; lá se fala demasiadamente em bebida e neuroses de todo tipo, além de palavrões de baixíssimo calão,escárnio e zombaria…como podem assim pretender serem “sóbrios e serenos” ?
Obviamente que a desculpa de serem doentes é a justificativa ideal para todo tipo de deslize.
Creio na cura tendo como condição básica a abstinência permanente do álcool, trabalhando para superar os conflitos, decidindo-se merecedor da dádiva divina da felicidade,saúde e outras coisas boas que o Senhor proporcionou ao homem.
Ex-membro de AA Diz:
22/05/2013 às 20:17
Sr. Matusalém
Não tenho a menor dúvida de que a uma hora a vontade de beber e a obsessão pela bebida acaba. portanto, creio na cura sim, embora AA diga que são todos doentes “portadores de uma doença incurável e traiçoeira” isso não tem respaldo médico, pela medicina cinco anos sem beber é o suficiente para considerar um ex-bebedor curado, ele já pode inclusive receber um transplante de figado. porem, ele não poderá voltar a beber.
Um dos problemas do AA tentar fazer um diagnóstico de quem é alcoólatra é que ele nivela todos igualmente: O bebedor frequente, o bebedor problema,o bebedor pesado, o bebedor social, enfim essa é a primeira falha no programa de AA. Vai me dizer que um adolescente que está na fase das baladas e neste período tem exagerado mais na frequência da bebida é um alcoólatra incurável? pode ser que ele pare ou não, mas não determinar. Uma pessoa que fez uso de álcool durante uma fase depressiva de sua vida é alcoólatra incurável? também não podemos afirmar isso (principalmente se a pessoa não foi ainda tratada e diagnosticada).é ai que chamamos o AA de seita,pois ou a pessoa admite seu programa incondicionalmente e sem questionar ou será injuriado pelos membros mais antigos.
no mais, eu acredito que o nome da cura é Jesus. Pra alcança-la é preciso entregar sua vida totalmente a Ele. Pra tudo tem jeito, basta fé e perseverança. Se não fosse assim, não existiriam tantas pessoas que foram ex-alcoolistas que se libertaram e hoje levam uma vida exemplarmente bem sucedida e totalmente longe do álcool. Portanto meu caro, o AA não é porta voz da verdade sobre alcoolismo. Se este tratamento lhe faz bem,ótimo,admiro a sua longevidade e persistência, mas saiba que ao contrário do sr., muitos não se recuperam lá e seria ótimo que o AA começasse a reconhecer este fato.
Mercia chagas Diz:
25/05/2013 às 21:09
Caros amigos leitores:
Leiam os efeitos devastadores nos seres humanos submetidos à lavagem cerebral! O psiquiatra americano Robert P. Lifton, professor de universidades como Harvard e Yale, analisou esse processo, que ele chama de Reforma de Pensamento, e descreveu suas principais características.
Lavagem em 8 passos
Controle de pensamento: Na doutrina da lavagem cerebral , não é permitido ler material ou falar com pessoas que tenham ideias contrárias às do grupo. Em alguns casos, a vítima é geograficamente isolada da família e dos amigos.
Hierarquia rígida: São criados modos uniformizados de agir e pensar, desenvolvidos para parecer espontâneos. A vítima é convencida da autoridade absoluta e do caráter especial – às vezes, sobrenatural – de um líder.
Mundo dividido: O mundo é dividido entre “bons” (o grupo) e “maus” (todo o resto). Não existe meio termo. É preciso se policiar para agir de acordo com o padrão de comportamento “ideal”.
Delação premiada: Qualquer atitude errada, ainda que cometida em pensamento, deve ser reportada ao líder. Também se deve delatar os erros alheios. Isso acaba com o senso de privacidade e fortalece o líder.
Verdade verdadeira: O grupo explica o mundo com regras próprias, vistas como cientificamente verdadeiras e inquestionáveis. A vítima acredita que sua doutrina é a única que oferece repostas válidas.
Código secreto: O grupo cria termos próprios para se referir à realidade, muitas vezes incompreensíveis para as pessoas de fora. Uma linguagem muito específica ajuda a controlar os pensamentos e as ideias.
Meu mundo e nada mais: O grupo passa a ser a coisa mais importante – se bobear, a única. Nenhum compromisso, plano ou sonho fora daquele ambiente é justificável.
Ninguém sai: A vítima se sente presa, pois não pode imaginar uma vida completa e feliz fora do grupo perde muitas vezes a capacidade de discernir, ou seja, passam a imaginar que somente eles estão certos. Depois da mente controlada ou cauterizada buscam levar a seus membros a sensação de que, se eles saírem do grupo, coisas terríveis vão acontecer. Para quem está observando de fora, parece que essas pessoas estão felizes. Acontece que, na verdade, elas foram adestradas e orientadas a sorrir o tempo todo demonstram sempre satisfação de realização mas na realidade vivem uma ilusão e um grande conflito interior . São ensinadas a imaginar que não é uma experiência positiva perder seu livre-arbítrio, apagar sua identidade, desvalorizar seus brevês, viver com medo e com culpa.
Uma mente cauterizada é aquela que perdeu sua função, ou seja, a capacidade de raciocinar, tem dificuldade de filtrar informações, ou seja, perdem a sensibilidade, sejam elas de caráter visual, auditivo ou sensitivo. O poder da mente é um campo muito explorado pelos cursos militares, publicidade, pelas religiões, músicas, tudo para provocar sensações externas que posteriormente resultam em atitudes internas.
É o que podemos também chamar de “Zelo excessivo” uma superexposição a um “suposto sagrado” são substancias químicas artificiais e negativas que não contribuem de forma positiva para a possessão dos seres humanos. Pelo contrário, destroem a liberdade tornando-os incautos e fazendo-os perder a sensibilidade e a liberdade de ver, ouvir e pensar.
Prezada Mércia,
Sobre esse assunto, colo abaixo um trecho copiado do livro de minha autoria “O mito da doença espiritual na dependência de álcool (Desmistificando Bill Wilson e Alcoólicos Anônimos)”. No bloguehttp://www.greda-luizalbertobahia.blogspot.com poderá encontrar mais informações sobre este grupo carismático de culto a personalidade.
Assim se pronunciou Max Weber, o pai da sociologia, sobre como os profetas criavam o culto a suas personalidades e fundavam suas religiões: “O mágico foi o precursor histórico do profeta, do profeta e salvador tanto exemplares como emissários. Em geral, o profeta e salvador legitimaram-se através da posse de um carisma mágico. Para eles, porém, isto foi apenas um meio de garantir o reconhecimento e conseguir adeptos para a significação exemplar, a missão, da qualidade de salvador de suas personalidades. A substância da profecia do mandamento do salvador é dirigir o modo de vida para a busca de um valor sagrado. Assim compreendida, a profecia ou mandamento significa, pelo menos relativamente, a sistematização e racionalização do modo de vida, seja em pontos particulares ou no todo. Esta última significação tem ocorrido geralmente com todas as verdadeiras “religiões da salvação”, ou seja, com todas as religiões que prometem aos seus fiéis a libertação do sofrimento. Isso é ainda provável quanto mais sublimada, mais interior e mais baseada em princípios é a essência do sofrimento, pois então é importante colocar o seguidor num estado permanente que o proteja intimamente contra o sofrimento.” (Ensaios de Sociologia e Outros Escritos, p. 244)
Ainda de Max Weber, conforme já vimos, citado por Richard Noll, “Já se cristalizou a noção de que certos seres se ocultam ‘por trás’ de objetos naturais, artefatos, animais e pessoas carismaticamente dotados e são responsáveis pela atividade deles”. Sobre isso Noll observou que, desta forma o líder carismático é tido por seus seguidores como fonte de poderes universais que, através das lentes de sua personalidade individual, são focalizados e intensificados como raios cósmicos.
Com os esclarecimentos de Max Weber, podemos ver com inquestionável nitidez, que Bill seguiu rigorosamente todos os passos, técnicos e históricos, demonstrando conhecimento da cartilha de como construir uma religião e seu profeta. Usou de seus conhecimentos desta cartilha para a criação e organização de seu grupo, nos moldes sectários idealizados por ele. Por sinal, os passos e os objetivos de Bill são extremamente parecidos com os de Jung, e por isso citamos Noll exaustivamente. Voltando as premissas de Max Weber sobre os aspectos caracterológicos dos grupos carismáticos, temos: “Um grupo carismático pode consistir numa dúzia de membros ou até mesmo em centenas ou milhares. Caracteriza-se pelos seguintes elementos psicológicos: seus membros (1) têm um sistema de crenças em comum, (2) mantêm um nível elevado de coesão social, (3) são tremendamente influenciados pelas normas comportamentais do grupo e (4) atribuem ao grupo ou a sua liderança um poder carismático (ou às vezes divino).” (O Culto de Jung, p. 19)
Max Weber é muito feliz em suas definições conceituais, uma vez que elas delineiam com precisão cirúrgica o que seja um grupo carismático. Ao se aplicarem esses conceitos ao A.A., que ainda nem existia, de forma cabalmente e exemplar, o filósofo prova que não estava teorizando vagamente, mas sabia do que estava dizendo.
Ao nominar e quantificar um grupo carismático, Weber explica que ele pode ser composto por uma dúzia de membros, ou até mesmo por milhares deles. A.A. começou com aproximadamente este número menor citado pelo sociólogo, e atualmente conta com milhares destes, e permaneceu inalterado quanto à sua caracterização. Sectário.
Em relação ao número um da relação acima enumerada, quanto ao sistema de crença em comum de um grupo carismático, a sociedade de A.A. talvez esteja tão bem caracterizada como nenhum outro. O sistema de crença dela está fundamentado em vários livros, literaturas diversas e artigos. Os Doze Passos, que deram origem a um livro com cento e doze páginas, e também estão contidos em inúmeros artigos, são os princípios espirituais conforme disse Bill e repetem os dirigentes e membros da irmandade. Não vamos entrar em detalhes quanto aos demais livros de A.A. simplesmente por falta de necessidade, mas podemos generalizar, dizendo que eles estão perfeitamente enquadrados neste preceito gerador de crenças, ou no fortalecimento delas. São eles: Viver Sóbrio, A.A. Atinge a Maioridade, Alcoólicos Anônimos,
Na Opinião de Bill. Existem ainda livros que, embora não específicos, servem muito bem para esse objetivo, como A Linguagem do Coração e Levar Adiante. A.A. conta com vasta literatura que se presta a finalidade de fomentar e suprir o sistema de crença em comum. Talvez nenhum grupo carismático tenha um sistema de crenças tão grande e robusto como A.A. e até entre religiões milenares, não são muitas as que possuem acervo maior do que esta irmandade.
Do enumerado dois, de manter elevada coesão social, A.A. chama especialmente a atenção neste sentido. O entrosamento dos membros em torno desta entidade, ricamente organizada em termos administrativos e ideológicos, contando com uma bem aparelhada infraestrutura operacional, proporciona uma coesão social de destaque internacional. Essa coesão dos membros de A.A. é tão notável que acaba até
criando um paradoxo muito curioso. Eles estão tão unidos em torno de seus dogmas, ideais e filosofias, que acabam criando extensas e intensas discussões internas em torno de insignificâncias e controvérsias, que foram prodigamente geradas por Bill, devido a suas incoerências e capacidade geradora de polêmicas. Contudo, esse paradoxo fica restrito aos círculos interno do grupo, e fica latente aos olhos da população. Para o restante das pessoas, essas celeumas não são facilmente visíveis, muito pelo contrário, eles deixam a entender que são extremamente unidos.
Concernente ao item três, bem provavelmente esteja aí o que o grupo carismático de A.A. tenha de mais marcante. Talvez a influência que recebem pelas normas seja provavelmente igual ao sistema de crença da irmandade. Na verdade os adeptos de A.A. “são tremendamente influenciados pelas normas comportamentais do grupo”, que é capitaneada pelas Doze Tradições. Antes de prosseguirmos comentando as Doze Tradições, é bom que se diga que existe uma expressão dentro de A.A., que foi criada por Bill, chamada de “consciência coletiva do grupo”. Embora não se encontre nenhuma explicação ou reconhecimento pela psicologia ou pela sociologia sobre esse suposto fenômeno, na irmandade é usada a expressão como significado de identidade grupal.
Mercia chagas Diz:
27/05/2013 às 21:42
Sr Luiz Alberto Bahia
Gostaria de lhe agradecer imensamente pela postagem, que pôs fim ao restante que poderia ter de dúvidas com relação ao grande engodo de AA! Admiro sua coragem, sua preocupação em desvendar de forma clara, com argumentos concisos, para que pessoas como eu possam se desligar sem culpa dessa seita que prega o medo, a irresponsabilidade de agir ao seu bel prazer, sempre ancorados pela desculpa de que são doentes!
Um ambiente de falsa harmonia, de competição em quem vai ser o próximo a recair. A maioria com problemas mentais sérios, remoendo a toda hora suas desgraças, se chicoteando, num masoquismo assustador! Os poucos que ficam, como eu fiquei infelizmente por alguns anos, aprisionados pela maldição de AA, de quem se afasta enlouquece e morre!! Exatamente como pesquisado pelo senhor, modestamente por mim, quando pesquisei os efeitos da lavagem cerebral. Os efeitos são tão devastadores que eu embora desde o princípio contestasse quase tudo, fiquei acorrentada por vários anos!! Era preciso ser uma frequentadora assídua para não cair no circulo dos prováveis recaídos!! Não sei porque não se assumem como uma seita religiosa, seria muito mais louvável que assim o fizessem! Quando alguém vinha pela primeira vez à reunião, me sentia envergonhada de dizer que AA não estava ligado a nenhuma religião e logo depois fazíamos a Oração da Serenidade e os depoimentos eram voltados a um Poder Superior!! Via os olhos incrédulos dos sofridos ingressantes, cansados de tanto procurar nas religiões o segredo para a sua cura, não mais voltarem! Peço a Deus que tenham encontrado uma forma de recuperação! Infelizmente dos que ficaram, dois tive a tristeza de vê-los suicidarem-se! Resta a quem escapou, divulgar o máximo possível, para que as pessoas procurem reabilitação, sem que seja necessário se submeterem a uma lavagem cerebral, perdendo qualidade de vida!!
Ex-membro de AA Diz:
27/05/2013 às 22:58
Sra Mércia
Quão semelhante foram nossas experiências! vejo que pertencemos a uma rara categoria: “os libertos de AA” . presenciei grande parte dos eventos que relatou e concordo com suas observações sobre a seita.
Em AA muitos membros apenas substituiram a “alcoolatria” pela “egolatria”. é o que se pratica na reuniões.
matusalem cordeiro de melo Diz:
27/05/2013 às 23:50
DEPOIS QUE OS LIBERTOS, ENTENDERAM A MENSAGEM DE AA,PROCURAM A HIPOCRISIA PARA MERGULHAREM NA CHAMA DA AUTO PIEDADE.
Sr. Matusalém
Até o momento o debate estava apresentado um ótimo nível até seu comentário… saiba pois que ao contrário do Sr., as minhas críticas e as apresentadas pela Sra. Mércia, pelo Escritor Luiz Alberto Bahia, e por outros colaboradores são direcionadas a instituição e ao programa do AA, seus dogmas e a procedimentos vivenciados em reuniões, mas o Sr. parece fazer questão de não entender, ou não deseja entender. não estamos citando nomes ou uma pessoa em particular, mas vejo que, como vários companheiros seus que aparecem por aqui, tenta ofender,xingar e denegrir os que aqui estão dando um claro exemplo da irracionalidade e da doutrinação de quem,em tese, deveria esbanjar serenidade, sobriedade, respeito e recuperação.
Eu não preciso responder ao Sr., sei o quanto é sério e verdadeiro tudo que presenciamos no que vocês chamam de irmandade e consideram o melhor tratamento para alcoolismo, sei o tempo que perdi lá e as ciladas que encontramos,mas se o Sr., faz questão de não entender não é obrigado a entrar mais nesta página apenas para ofender. Agora, se o Sr., quiser ler toda a matéria e todos os comentários como eu fiz e analisar seriamente as razões pela qual aqui estamos e argumentar de forma coerente, ok. Apenas lhe alerto: Se, contudo, sua defesa for baseada exclusivamente nas suas convicções do programa de AA e não em evidências reais há um grande risco que esteja errado. Sugiro, portanto, que não piore ainda mais a situação de AA, confirmando as diversas críticas apresentadas no site.
 


terça-feira, 30 de abril de 2013

Abaixo, trecho final de um debate (até este momento - 30/04/13, 9,30 m.) acontecido no blogue "Discernimento Cristão". Acho importante que o leitor deste blogue consulte os link's destacados pelo Ex-membro de AA. A coisa é séria e as evidências vão aparecendo aos montes.

Ex-membro de AA Diz: 24/03/2013 às 14:20
Para os que desconhecem AA está sofrendo vários processos na justiça dos EUA, que vão desde ter tido papel no suicídio de membros (fato quer já foi admitido no AA de lá), membros envolvidos com pedofilia,assassinato e escândalos sexuais. quem quiser consultar eis aqui o site (em inglês) sobre o assunto:
Este outro site fala de pessoas que deixaram o AA por causa dos mesmos problemas relatados nos comentários deste blog:
basta traduzir as páginas (utilizando o Google translator ou outro programa de tradução)
Há muitas páginas no exterior questionando os procedimentos de AA,infelizmente, no Brasil, demonstramos não estar preparados para o debate objetivando o melhor para todos, porem se você chegou até aqui devido ao interesse, vá enfrente,questione, busque a verdade doa a quem doer. O pior sofrimento é descobrir depois que perdemos nosso tempo manipulados por mentiras convenientes.

matusalem cordeiro de melo Diz: 29/04/2013 às 19:13
QUE DEUS ME PERDOE SE ESTIVER ERRADO ; NÃO POSSO MAIS FICAR CALADO DEPOIS DE SENTIR COMO O SER HUMANO É INGRATO.CONDENAR ALCOÓLICOS ANÔNIMOS, É NÃO ACEITAR A VERDADE DO PORTADOR DA DOENÇA, O AA, NÃO TEM CULPA SE ALGUÉM É DOENTE E NÃO ACEITA,SE ENTRAM CEM,E APENAS UM CONSEGUE FICAR SÓBRIO, FOI ALGUÉM QUE CONSEGUIU DENTRO DA VARIEDADE EDUCACIONAL,SER HONESTO CONSIGO MESMO.


Minha resposta ao senhor Matusalem, (com pequenas correções).
Prezado Senhor Matusalem,
Até entendo sua indignação. É de causar estranheza que as pessoas não pensem como a gente, né? E dá para sentir que o sr. não está mal intencionado, mas fica claro também que a crença não o deixa cair na realidade.
Será que não há a possibilidade de rever conceitos, em vez de querer mudar o resto mundo? Digo o resto do mundo, fazendo uma exceção para aqueles que pensam como o sr., que no caso, são os membros  de A.A., uma minoria. Uma minoria influenciada por quem e com quais os propósitos. Vamos analisar a presente questão com um mínimo de isenção passional?
Então vejamos: o ponto central de sua argumentação está nas últimas palavras que o senhor disse, e resumindo, elas querem quer dizer que, “só conseguem ficar sóbrio em A.A. aquele que é honesto consigo mesmo”. Palavras de quem? De Bill Wilson. Mas antes de entrar em detalhes sobre esta frase de efeito, e de tantas outras de Bill, vamos nos ater as suas próprias palavras, sr. Matusalem.
1 – Alguém que conseguiu se livrar de A.A. é ingrato? Por acaso o sr. visitou os link’s que foram postados pelo ex-membro de AA, logo acima? Em um destes, destinado a resgatar pessoas que estão “escravisadas” pelo AA, mostra ao alto, um grupo de pessoas pulando de alegria, qual torcida de um time que acaba de fazer um gol. Pulam de alegria por terem conseguido se livrar deste escravizante grupo dogmático. Lá poderá se deparar com depoimentos de pessoas que relatam seu sofrimento em ter caído no engodo dogmático de AA, e por isso, perderam toda sua liberdade (fato muito destacado por mim em meu último livro).
2 – O senhor acha que o motivo de todos os outros que não conseguiram ficar em AA foi devido a falta de honestidade deles? Os honestos consigo mesmos são somente aqueles que se filiaram a sua irmandade? E que embora, segundo suas próprias palavras, o único (um em 100) que ficou é o honesto e que so ele está certo, e que todos os outros (99%) é que estão redondamente errados?
Vou te falar de uma fábula que ouvi há muitos anos: Advertia o narrador para o fato de que, se te chamarem de cão, não ligue não, mas se te chamarem de cão uma segunda vez, fique atento. Se te chamarem de cão novamente, reflita muito sobre isso, e se o fato acontecer mais uma vez, o conselho é para começar a balançar o rabinho.
Então meu caro, se muita gente tá falando, e olhe que os argumentos (embora possa não lhe parecer) são de peso. Não haveria aí alguma razão, em vez de ficar achando que tudo não passa de uma colossal injustiça que estão fazendo com o AA?
3 – O senhor afirma que estas manifestações contrárias não passam de falta de entendimento “em aceitar a verdade do portador da doença”, que leia-se, é a verdade ditada por AA. Mas que verdade é esta, que leva a entidade e seus membros a atacarem e desprezar a ciência, e quantos mais não rezam nesta cartilha? Apenas repetem o que o guru Bill fazia, querendo impor-se como “dono da verdade”. Um programa que ele inventou para vender seu peixe, já que ele mesmo nunca o aceitou para si. Quem não aceita o programa é um desonesto consigo mesmo, e se o aceita, é porque aceita também que é por causa de seus defeitos de caráter e por ser um pecador. Já escrevi demais sobre isso e não quero ser repetitivo, mas se realmente há uma preocupação com a verdade, procure saber na própria literatura de AA sobre o que Bill disse sobre isso. Quantos não mostraram com embasamento os reais objetivos deste homem, movido por uma ganância desmedida, e que em dezenas de vezes mostrou completa falta de escrúpulos.
E o resultado esta aí: já não estão aceitando mais a “verdade” de AA, e os argumentos chovem. O fato é que, só este, como você diz, “se entra cem, e apenas um consegue ficar sóbrio”, é um baita sinal de que muita coisa está errada. E bem provavelmente o erro não está em quem crítica, não vamos culpar a janela pela paisagem, como dizia o cartunista Borjalo.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

                                                  OS DOZE PASSOS

Muito se fala nos 12 passos de Alcoólicos anônimos, contudo o grande público não sabe do que se trata, pois não os conhecem e nem tem ideia do que consiste a proposta. Seria realmente uma terapias ou se serviria para outros fins? Na verdade eles se redundam em uma grande polêmica, devido as grandes contradições que os cercam. Polêmicas criadas pelo próprio A.A. e pelo seu criador, o fundador da irmandade, de nome William Griffth Wilson, mais conhecido por Bill Wilson. A entidade tece intermináveis explicações para tentar convencer de que eles não são religiosos e nem doutrinários.  Quando alguém diz que são dogmáticos os adeptos da organização chegam a perder o controle e até se exasperam. Vamos descortinar ao público o que seja este autoproclamado “programa de recuperação” para dependentes de álcool. Antes, porém, vamos contar as circunstância em que foram concebidos e os objetivos que se pretendia com sua criação.

Primeiramente vamos explicar que quando A.A. começou e por um bom tempo depois, não havia este chamado “programa”, e a orientação que passavam aos membros, era de natureza científica, relativo ao conhecimento científico de se dispunham sobre a doença. Escassos mas empíricos. Bem diferente do que é hoje. E as razões para esta mudança, passamos a explicar:

Antes da fundação da irmandade, Bill ficou por seis meses procurando por iguais, para por em prática sua ideia de congregar os dependentes, mas não conseguiu convencer um único individuo sequer. Apareceu até um que se mostrou susceptível ao discurso de Bill, mas ele deixou bem claro que aquela história espiritual não o convencia. Foi aí que apareceu a pessoa do médico que o ajudava, que segundo a biografia de Bill, publicada pelo AA, aconteceu assim “Foi o Dr. Silkworth, que ajudou a colocar Bill no caminho certo: você estava pregando, disse o médico, e essa pregação estava afastando seus convertidos. Ele falava demais dos [...] e da sua própria experiência espiritual. Por que não falar sobre a doença do alcoolismo? Por que não falar aos alcoólicos sobre a doença que os condenava a ficarem loucos ou morrer, se continuassem a beber? ‘Vindo de outro alcoólico, um alcoólico falando com, talvez aquilo quebrasse aqueles egos’, disse Silkworth.” (Levar adiante, p. 143). Na verdade a tal experiência espiritual de Bill, que o médico e mesmo os outros que ingressaram na entidade, não acreditavam, é uma história muito mal contada. Ele queria fazer os outros acreditarem que teve uma experiência fantástica, em que viu Deus e o céu, e que tinha uma missão como Enviado Divino. Sobre isso, ele disse (resumindo) assim “Agradeci ao meu Deus, que me proporcionara um vislumbre do Seu Ser absoluto [...] eu não precisava me preocupar mais porque havia vislumbrado o grande além" (Levar adiante, p.131) O vislumbre de que ele fala, foi meramente alucinação, que ele já vinha sendo acometido por elas nas internações anteriores. Nesta quarta internação, quando “ele viu Deus”, além de delirium tremens, que provoca alucinações, ele foi medicado com Meimendro e Beladona, dois potentes alucinógenos, utilizados naquela época em estágios avançados de dependência de álcool. Tempos depois quando ele estava usando (por alguns anos) LSD, ele disse que a alucinação provocada pela droga foi espiritual, e mais, que foi igual a que sentiu quando viu Deus, registrada pelos seus biógrafos assim: “’ele próprio experimentou o LSD. E teve uma experiência completamente espiritual, tal como havia sido sua experiência inicial’”. (Levar adiante, p. 405)

E foi assim que Bill conseguiu fundar o AA., mas ele tinha planos não revelados, e seguindo o que programou, logo que a entidade se firmou, ele voltou as pregações anteriores, e abertamente ou sutilmente, alardeava sua condição messiânica, e criou os Doze Passos e as  Doze Tradições, para ajudar a doutrinar os incautos. Com tudo sob controle, inclusive de posse dos direitos autorais conseguido através de manobras condenáveis, estranhamente aos olhos de quem estuda a sua biografia, ele fez sua esposa Lois abandonar o emprego. Esta seria a única fonte de renda moralmente aceita deles, já que é sabido que também arrecadava dinheiro dos grupos de A.A. e também, por um bom tempo, arrancou uma mesada (em lugar dos milhões que pretendia) do Dr. Rokffeller.  deles, já que ele, desempregado, vivia às custas dela. Tudo se explica quando ele comprou uma bela casa e um carro Cadillac novinho em folhas, com o casal desempregado.

Quanto ao aspecto de se fazer passar por um iluminado, voltamos à concepção dos Doze Passos, e para isso recorremos novamente à biografia de Bill, em que se lê: “Bill pediu orientação assim que começou a escrever. E se descontraiu. As palavras começaram a rolar com surpreendente velocidade. A primeira versão dos Doze Passos foi concluída em meia hora” (Levar adiante, p. 216). Uma observação cabe aqui, pois parece a primeira vista, como querem deixar a entender, que estes passos foram concebidos à maneira mediúnica, só que, na página seguinte está registrado que “Os três primeiros Passos de Bill foram tirados de suas leituras de William James, dos ensinamentos de Sam Shoemaker e das lições dos Grupos Oxford.” (Levar adiante, p. 217).

É muito difícil para as pessoas hoje entenderem sobre a necessidade de dar uma conotação religiosa e espiritual, para que a população americana engolisse o engodo de Bill. Os que quiserem ter uma melhor compreensão, da importância do revestimento religioso/místico, é só fazer uma pesquisa sobre a situação religiosa americana naqueles tempos. Do tanto que eles estavam passíveis de aceitarem as mais absurdas doutrinas e estigmas religiosos. Pesquisem sobre os Calvinistas puritanos, que fundaram um movimento fanático, extremamente ortodoxo, exatamente na região onde Bill nasceu. Assim como Bill e o AA, os Calvinistas pregavam que seus adeptos deveriam ter uma experiência espiritual extraordinária, uma espécie de iluminação, uma visão mística que daria ao jovem convertido, a convicção de que ele era efetivamente um puritano. E para isso Bill esta cartilha que chamou de “um grupo de princípios espirituais que se praticados como um modo de vida” (Os doze passos, p. 9) Embora os AAs não aceitem que sejam dogmáticos ou religiosos, onde e quando, uma cartilha, nestes termos, não o sejam?

No caso de Bill, as artimanhas para se fazer passar por um iluminado, é tão extensa que, infelizmente não é oportuno cita-las aqui. Mas saibam que ele se dizia, sensitivo, médium, clarividente, teosófico e que se comunicava com ordens superiores celestiais. E Está lá na sua biografia: “Um dos persistentes fascínios e envolvimentos de Bill foram os fenômenos psíquicos”. Sua crença na clarividência e outras manifestações extrassensoriais [...]” (Levar adiante, p. 301). Sobre isto, o jornalista Luiz Edmundo escreveu: “A megalomania e culto da personalidade, tentando se mistificar, criando para si uma imagem de enviado ou porta voz de Deus”.

Em uma passagem, que Bill avoca privilégios divinos, quando declara que ele não teria que se sujeitar a fazer os passos, também fica notório que estes passos se destinavam à (consumo de) meros mortais. É isto mesmo, Bill nunca se submeteu aos ditos, imprescindíveis e fundamentais 12 Passos. Ficava entre a indignação com Deus e remoendo sentimento de culpa por isso: “Eu era dominado pela culpa em relação a isso. Perguntava-me, considerando todas as vantagens que tinha, se deveria estar sujeito a essa espécie de coisa. Em outras ocasiões, me culpava pela incapacidade de praticar o programa em certas áreas da minha vida” (Levar adiante, p. 325)

E quando relatamos em debates as “espertezas” de Bill, logo nos atacam dizendo que estamos denegrindo a imagem dele, sempre frisam, lembrado que ele fora “um grande altruísta” que só pensava nos seus semelhantes. Fica parecendo que sou eu o espertalhão, mas apenas reporto, citando as fontes, principalmente do próprio A.A., o que ele fez e quem ele era realmente. Inclusive há o caso muito sugestivo, enumerado abaixo, envolvendo Chessman, em que o próprio Bill se autodenuncia. E quando digo nestes debates (como abaixo, com o Senhor Caio) que a maioria destas coisas que digo sobre ele, tirei da própria literatura de A.A., dou-lhes uma pequena prova disto:


1 – O repórter do Post, Jack Alexander, que acabou se tornando um Custódio de A.A. e amigo de Bill, antes, quando foi investigar o A.A,, chegou a seguinte conclusão, estampadas na sua biografia: “É um tipo que desarma qualquer um e é especialista em doutrinar, usando a psicologia, a psiquiatria, a fisiologia, a farmacologia e o folclore do alcoolismo”. “A percepção inicial de Alexander era correta: Bill era cândido, mas sua candura nada tinha de ingenuidade ou de estupidez; era proposital e atingia seus objetivos.” (Levar adiante, p. 269 e 270).

2 – Russ o amigo de Bill, que chegou a morar com ele por um ano foi lembrado na biografia assim “’Naqueles dias, os argumentos de Bill nem sempre se sustentavam. Ele tinha um ego imenso. A maioria de nós era egoísta, mas ele o era tão tenazmente que, se desejasse alguma coisa, essa coisa virava verdade. Bill começava pela conclusão. [...] Ele partia de uma premissa falsa e seguia passo a passo um raciocínio lógico até chegar a conclusão da qual partira’. ‘Embora fosse muito mais esperto do que a maioria das pessoas. Russ afirmava que ele ‘ficava perdido’ quando queria algo intensamente, tornando-se disposto a ‘desviar um pouco as coisas’” (Levar adiante, p. 180-181).

3 – Quando Bill se apossou das ações da Works Publishing, passando para trás seu sócio e outros acionistas (membros do A.A.), foi dito: “...Os rumores sobre o escritório de Nova York e a negociata suja que Bill estava promovendo, desencadeada por Hank [o sócio], durante sua visita, nunca haviam se encerrado completamente, e agora o fogo voltava a pegar, com incrível força. [...]vários membros de Cleveland queriam se separar e romper todo o contato com o ramo de A.A. de Bill...” (Levar adiante, p.280)

4 – Bill trocou cartas com o lendário Caryl Chessman, o “Bandido da Luz Vermelha” condenado e executado à morte. Se comparou a ele com as seguintes palavras “Estou certo de que minha identificação com você – no sentido da inferioridade na infância, da geração da revolta, da implacável necessidade de algum tipo de poder e notoriedade – é bastante completa. Isso apesar do fato da minha perseguição dessa meta ter assumido, exceto quanto ao álcool, um caminho aparentemente respeitável. Quanto a deformação subjacente ter sido idêntica, não tenho a mínima dúvida.” (Levar adiante, p. 399).

5 – Quando quis vender os conhecimentos que adquiriu no próprio A.A., seus pares reagiram à altura: “Não percebe que para você, nosso líder, receber dinheiro para levar adiante nossa magnífica mensagem, enquanto o restante de nós tenta fazer a mesma coisa sem receber nada [...] Por que nós deveríamos fazer de graça aquilo pelo qual você seria pago?” (Levar adiante, p. 191 e 192)

Por fim, fazemos mais duas observações sobre estes passos. O primeiro é que quando foram apresentados por Bill aos demais membros de A.A., eles questionaram sobre a sua serventia, e também o excessivo apelo religioso, conforme poderá ser constatado em outro livro escrito por Bill: “Por que Doze Passos? ‘Você colocou muito Deus nesses passos; desse jeito vai espantar pessoas’ ‘O que significa fazer os bêbados se ajoelharem para pedir que sejam removidas suas imperfeições?” (A.A. atinge a maioridade, p. 140). Assim Bill fez algumas mudanças, definindo-as como “concessões feitas àqueles que tinham pouca ou nenhuma fé” e classificando-as como “a grande contribuição dos nossos ateus e agnósticos. Eles haviam alargado nosso portal, de forma que todos os sofredores pudessem atravessá-lo, independentemente de sua crença ou descrença””. Mas as ponderações de Bill não passaram de retórica, uma vez que posteriormente atacou-os ao se referir “para certos ingressantes e para aqueles antigos agnósticos” e no livro Os Doze Passos, foi bem mais intolerante com os agnósticos e ateus, quando expondo o Segundo Passo. Está escrito no primeiro parágrafo, quando Bill fala dos que não acreditam em Deus e do Poder Superior: “Olhemos primeiro o caso daquele que diz que se recusa a acreditar – o caso do beligerante. Encontra-se num estado de espirito que só se poderia denominar de selvagem” (Os doze passos, p. 17). Pode reler que é isto mesmo, para Bill o ateu e agnóstico são tidos como um beligerante e um selvagem, alguém que está em guerra, um belicoso, um ser sem cultura, das selvas. E assim a literatura de A.A. está repleta destas situações criadas por Bill. O que em uma determinada hora é motivo para ele enaltecer, em outro momento, a mesma coisa ele ataca cruelmente, como no caso em que ele atacou a ciência e Jung, e depois disse que, aquilo que atacou, foi uma das bases para fundação do A.A. Fatos como estes, de contradições (engendradas matreiramente só para obter uma vantagem de momento – assim como os mal intencionados políticos) de Bill e do A.A. eu retrato às dezenas em meu livro. Mas o que eu considero mais grave, é a estigmatização que fazem de “todos” dependentes de álcool, chamando-os por termos pejorativos, dizendo que a causa da doença é devido aos seus defeitos de caráter e a sua condição de pecador, e por isso é instado a fazer o Quarto Passo.

Quando argumentamos da ineficácia dos passos, quase sempre nos dizem que ninguém é obrigado a se submeter a eles, que os passos são apenas sugeridos. Contudo, em um artigo da revista Vivencia, órgão de comunicação de A.A., cujo título é “Porque pratico os Doze Passos”, diz o seguinte: “Durante algum tempo resisti à ideia de praticar os 12 Passos, afinal eles são sugeridos [...] Logicamente as promessas de A.A. não se realizaram, pois somente se realizam quando tomadas as medidas certas. Nada colhi de bom, pelo contrário, tive uma ideia distorcida da irmandade e de seu programa de recuperação. [...] da reflexão que diz que os passos são sugeridos como se sugere a alguém que vai saltar de pára-quedas que puxe a cordinha”. (Vivencia, edição 112, p. 54)

Diante do exposto apresentamos os enunciados dos Doze Passos para a devida apreciação dos interessados. Para nós, com a exceção do 1º passo, todos os demais são religiosos/moralistas, preconceituosos e estigmatizantes. Analisem e vejam se há a mínima possibilidade da proposta de se comprovar cientificamente, como disseram, que eles são eficazes como tratamento, para dependentes de álcool. Aliás, vejam se esta cartilha moralista é cabível como terapia.



                                                                     OS DOZE PASSOS


1º - “Admitimos que éramos impotentes perante o álcool – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas”.

2º - “Viemos a acreditar que um Poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos a sanidade.”

3º - “Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos.”

4º - “Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.”

5º - “Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.”

6º - “Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.”

7º - “Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.”

8º - “Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.”

9º - “Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.”

10º - “Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.”

11º - “Procuramos através da prece e da meditação, melhorar nosso contado consciente com Deus, na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós, e forças para realizar essa vontade.”

12º - “Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.”


Assim que nos seja possível postaremos aqui neste blogue o capitulo de meu livro, “O mito da doença espiritual na dependência de álcool (Desmistificando Bill Wilson e Alcoólicos Anônimos)”, intitulado “Os doze passos comentados”.


sexta-feira, 29 de março de 2013

Stanislau Grof e Timoth Leary

O psiquiatra Stanislau Grof postula teorias estapafúrdicas como as de Timoth Leary. O psiquiatra arranjou uma legião de seguidores,  ao criar uma pseudo ciência. Afirmou ele (tem vídeo na Net) que após ingerir LSD, viu o Big-Bang e se tornou o "todo" - e é bom explicar que, para os místicos, o todo significa Deus. E ainda aparece gente para me criticar mordazmente, sobre um comentário (vide abaixo) que postei em um debate sobre o vídeo.
O comentário que fiz foi este:  "Eis aí mais um que abastece a humanidade em sua insaciável sede de crença. Um psiquiatra que não sabe a diferença entre alucinação e espiritualidade. Incrível como ele desconhece que nas alucinações, emerge a (própria) bagagem psíquica de quem alucina. Quer que todos acreditem que ele realmente presenciou o "Big Bang". Neste caso nem vale mais o termo "enteógeno" que para os usuários de drogas significa "ter Deus dentro de si", pois ele é o próprio Deus. Haja paciência."

Incrível como tem pessoas, incapazes de analizar os fatos ou até mesmo fazer simples pesquisas, que não só aceitam, mas defende e divulgam teorias e crenças tresloucadas, sem um mínimo de plausividade. A sede pelo mágico as cegam completamente. Grof nem está sendo original, pois outros loucos fundaram seitas e religiões sob a mesma égide. Ao ingerir drogas alucinógenas, sairam gritando que viram Deus, como é o Caso do farsante Bill Wilson, fundador de A.A., que tratamos aqui exaustivamente. Para mostrar como foi o caso do Leary, citamos abaixo as páginas 168-171 de meu livro “O mito da doença espiritual na dependência de álcool (Desmistificando Bill Wilson e Alcoólicos Anônimos)”:

Tudo começou quando Leary era professor em Harvard e experimentou cogumelos que continham a psilocibina, também conhecidos por cogumelos psicodélicos.
Impressionado com as sensações que lhe provocaram os cogumelos, resolveu com o colega da universidade, Richard Alpert, fazer um estudo com as chamadas drogas psicodélicas. Eles acreditavam que poderiam tratar de doenças mentais e alterar profundamente a visão de quem fizesse uso dessas drogas. Leary passou a indicar a LSD aos alunos da universidade e realizou com eles sessões de uso. Todo esse envolvimento com alunos, drogas e religião acabou por levar o professor a ser demitido de Harvard.
Leary escreveu alguns livros sobre sua teoria, que alardeava sobre como as drogas psicodélicas podiam expandir a percepção interior e exterior, ou ainda, a expansão da consciência. Pode-se encontrar livros disponíveis pela internet, como A Experiência Psicodélica Um Manual Baseado no Livro Tibetano dos Mortos, e a biografia de Leary, intitulada Flashbacks LSD: A Experiência que Abalou o Sistema.
Existem ainda muitos artigos sobre esse controvertido personagem. Pelo que Leary declarou, ele deduzia que a nossa realidade era produto da educação que nós recebíamos e que éramos prisioneiros de nossas próprias circunstâncias. Já sobre as drogas psicodélicas, dizia que sob os efeitos delas, libertávamos dessas amarras e o nosso eu interior se expandia, levando-nos a outras esferas de compreensão. Nossa consciência se expandia a outras dimensões e podíamos assim nos harmonizar com divindades, ou outros círculos espirituais superiores, em que nossa consciência alargava-se infinitamente. Sustentava outros pensamentos congêneres.
Contudo, está claro que os estados de euforia, o êxtase, a alucinação provocada pelas drogas não foram bem compreendidos pelo visionário professor, que levou esses estados alterados de consciência para o lado espiritual. Como dissemos no capítulo anterior, sobre quando Bill atribuiu ao LSD uma autêntica experiência espiritual, as alucinações (quanto ao teor) desencadeadas pela LSD dependem do estado mental do indivíduo, quando se administra essa droga. O estado mental a que nos referimos não é apenas o estado de espírito ou emocional momentâneo, mas também da sua própria estrutura cerebral congênita.
A personalidade do individuo também determina o tipo de alucinação que vivenciará.
Os estados emocionais provocados por eventos, ou mesmo pelas anomalias oriundas de doenças psiquiátricas também definem determinantemente o tipo de experiência a ser vivida pelo usuário. As drogas fazem emergir do inconsciente esses estados emocionais, transitórios ou latentes. Não é possível alguém ter percepções e sensações sem que antes tenha havido registro correspondente no sistema neural desta pessoa. Assim, segundo essa disposição, produzem-se as viagens boas ou más (good trips ou bad trips). Vale também para essa questão, aquela mesma referência que fizemos em outra página, da bagagem cultural de quem alucina: é impossível alucinar com algo que não pertença ao mundo psíquico do paciente.
Assim, tudo aquilo, em termos de figuração, que Leary sentia, ao usar as drogas psicodélicas, já estava em seu inconsciente. Então, poder-se-ia mudar o rótulo de sua conceituação, da proclamada “expansão da consciência”, para: trazer até a consciência, ou fazer emergir à consciência, o psiquismo latente do seu inconsciente, ou simplesmente, alucinar com a bagagem de seu mundo psíquico. Ao sentir o êxtase ou as sensações que a droga proporcionou, Leary relacionou-as com espiritualidade e Deus. Uma única pergunta deixamos no ar: como é que ele poderia ter atribuído essas sensações ao mundo espiritual ou de Deus, já que era ateu até então?
Pensamos que, se não aceitou a razão científica da alucinação, e atribuiu essas sensações e percepções como sendo de ordem espiritual e divina, isso aconteceu sem uma razão plausível. Essa dedução bem provavelmente se deu por associação de ideias, pelo que ele ouvira falar de espiritualidade e de Deus, porque não poderia ser atribuído simplesmente aos efeitos da drogas, por si só, ou às concepções teológicas, já que não havia absolutamente nada que relacionasse uma coisa com a outra. Talvez na bagagem psíquica de que já falamos, no caso de Leary, comportasse fenômenos que em sua concepção estivessem associados ao mundo espiritual, e ao alucinar, isso emergiu para seu consciente objetivo. Entendemos até, pelo conhecimento que temos sobre drogas, que as sensações provocadas por estas, pelo menos quando são administradas inicialmente, são de intensa euforia. No caso da LSD, as percepções podem ser de euforia, de loucura ou de desespero. Enquanto a verdadeira espiritualidade (não observável em fanáticos), de que falam os teólogos iminentes, provoca no individuo uma sensação de paz interior, de serenidade e equilíbrio, que com toda convicção, nada tem de haver com euforia ou loucura que a LSD pode provocar. A euforia intensa ou os estados aleatórios provocados pelas drogas é uma sensação de sequestro da razão, em que o individuo perde o controle da moderação e do equilibro inclusive, sentindo que tudo pode, sem que se note o limite do permissível. Informações sobre esses efeitos ou sensações da LSD foram explicadas na época pelo descobridor da mesma, o químico Hoffman, que sempre a relacionou com o Sistema Nervoso Central, nunca com espiritualidade, misticismo ou religião. A droga LSD foi
muito difundida pelos Hipies, Beatniks, pelos cantores de Rock and Roll, por bandas musicais como os Rolling Stones e Beatles, e jovens transviados. As opiniões de Leary sobre as drogas, são absolutamente subjetivas e está diretamente relacionada à sua estrutura psíquica.
Para divulgar a LSD, inventaram até o famoso ônibus “Furthur”, que era um ônibus escolar, todo pintado com motivações à moda Hippie. Esse ônibus concebido por Ken Kesey83, um escritor que foi o maior apologista das drogas psicodélicas, foi utilizado por ele e seus companheiros, denominados “The Merry Pranksters” para viagens pelos Estados Unidos. Kesey saiu divulgado a LSD por todo o país, acreditando que, se todos usassem a droga, suas consciências se expandiriam e assim começariam uma grande revolução social. Um de seus lemas era: “Você pode passar no teste do ácido?”.
A proposta de Kesey era bem diferente dos ideais de Leary, que não comportava religiosidade e, sim, um movimento social político. Muitos acham mesmo que toda movimentação de Kesey era destituída de qualquer proposta objetiva de natureza político-social, o negócio dele era consumir e fazer apologia à droga. É oportuno dizer que muitos grupos, bandas musicais, cantores e artistas de todos os gêneros faziam essa apologia, por entender que o uso de drogas poderia conduzir as pessoas a um convívio mais socializante. Usando drogas, poderiam adotar uma postura de enfrentamento contra as guerras e pela igualdade, chamados na época de libertários, pacifista, contraculturais. Como já dissemos, o principal deles era o movimento hippie, que pregava a paz e o amor, pelo poder da flor, dito flower power. No auge destes movimentos, aconteceu o maior festival de música até hoje visto, o Woodstock84 que reuniu 500 mil pessoas, no embalo de música, sexo e drogas. Evidentemente que os engajados nessa onda tinham ideologia igual a de Leary. Certamente quem foi persuadido por Leary e se sentiu bem (pelo menos a principio), adorou a religião proposta por ele, mas aqueles que tiveram uma viagem má, certamente entenderam que toda aquela falácia não era coisa divina e, sim, coisa do capeta.
Poderíamos ainda aqui questionar, como é que ficaria, ou como ficou, a dita “espiritualidade”, depois de estabelecida a dependência (para as drogas que provocam dependência – o que não é o caso da LSD), e/ou depois que as drogas (todas, inclusive a LSD) provocaram lesões ou afetações psicóticas em seus usuários. Como é que seriam essas visões expandidas da consciência? O que se sabe é que estes movimentos e modismo da década de 60 levaram à tragédia muitos adeptos, inclusive expoentes artistas. Se fizesse uma lista desses artistas, certamente nela se encontrariam Elvis 83 Ken Kesey conheceu a LSD, quando foi voluntário num escandaloso estudo com essa droga feito pela Cia, o órgão espião americano. 84 O Woodstock Music & Art Fair foi realizado de 15 a 18 de agosto de 1969, numa  pequena cidade rural de Bethel, no estado de Nova York. O festival estava inicialmente programado para acontecer na cidade de Woodstock onde morava o músico  Bob Dylan, mas a população local não aceitou a realização do evento ali.
Elvis Presley, Jimi Hendrix, Marilyn Monroe, James Joplin, Jim Morrison, e tantos outros.
Aqui no Brasil o maior destaque ficou por conta de Elis Regina e, depois, com Raul Seixas. Por fim, poderíamos perguntar a quem não se convenceu com as exposições acima, se nos permitem o termo: seria a “espiritualidade química” igual à espiritualidade teorizada pelos teólogos e místicos que aqui citamos anteriormente?
Hoje o conhecimento sobre o funcionamento das drogas no Sistema Nervoso Central é relativamente bem conhecido. É conhecida a atuação das drogas como neurotransmissores ou como estimuladores destes nas sinapses. Já é conhecido até que estímulos nervosos positivos, como estados de inspiração divina dos religiosos,  podem estimular neuro transmissores e provocar sensações de euforia e êxtase. Há inclusive teses, como as de Carl Marx e Sigmund Freud, argumentando que, assim como nas drogas que podem causar dependência, as religiões que provocassem esse mesmo fenômeno, também poderiam ser classificadas como indutoras da dependência, e por analogia, como droga. Ainda que não fosse do conhecimento dessas duas celebridades, é sabido que não é apenas a droga química que produz a dependência.
Sabe-se também que as euforias, qualquer que seja a etiologia, depois que se vão, levam o individuo a estados depressivos. Se formos aceitar teses como a de Bill, de que drogas como a LSD provocam
“experiência completamente espiritual”, as pessoas poderiam coerentemente aceitar o seguinte silogismo: bocas-de-fumo podem ter tanta serventia quanto os templos, para o seu desenvolvimento espiritual, assim como também, seria aceitável se conceber que toda religião é uma droga.

Notas de Rodapé:
82 No capitulo “Dependência de Drogas e Religiões” discorremos um pouco mais sobre essa relação. 
83 Ken Kesey conheceu a LSD, quando foi voluntário num escandaloso estudo com
essa droga feito pela Cia, o órgão espião americano.
84 O Woodstock Music & Art Fair foi realizado de 15 a 18 de agosto de 1969, numa
pequena cidade rural de Bethel, no estado de Nova York. O festival estava inicialmente
programado para acontecer na cidade de Woodstock onde morava o músico
Bob Dylan, mas a população local não aceitou a realização do evento ali.