VISITANTES Greda - Grupo de Recuperandos da Dependência de Álcool / Luiz Alberto Bahia: fevereiro 2013

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Apanhados (esparsos) do livro “O mito da doença espiritual na dependência de Álcool (Desmistificando Bill Wilson e Alcoólicos Anônimos)”, de minha autoria, sobre a origem do O mito da doença espiritual na dependência de álcool, produzida por William Griffith Wilson, mais conhecido por Bill W., cofundador de Alcoólicos Anônimos que difunde essa teoria infundada.


O pseudo despertar espiritual de Bill

“Em seu desespero e desamparo, Bill gritou: ‘Farei qualquer coisa, qualquer coisa que seja!’ Ele havia chegado ao ponto de total esvaziamento – um estado de rendição completa e absoluta[1]. Sem nenhuma fé ou esperança, ele gritou: ‘Se é que Deus existe, que Se revele!’
O que aconteceu em seguida foi eletrizante. ‘O quarto foi subitamente inundado por uma luz indescritivelmente branca’.” (Levar Adiante, p. 130 – as outras citações nesta páginas (entre aspas) também são do mesmo livro e página aqui indicado)
Bill relata que foi arrebatado por um êxtase impossível de ser descrito. Sentiu uma alegria que jamais sentira, seguida de uma inconsciência durante algum tempo. Este relato de Bill é exatamente igual a uma exacerbação de euforia, como nas alucinações. Seguindo sua narrativa, Bill diz que “então vi, com os olhos da mente (o grifo é nosso), que havia uma montanha. Eu me achava no cume da mesma, onde soprava um vento muito forte. Um vento feito, não de ar, mas sim de espírito. Forte e poderoso, o vento soprava diretamente através de mim.”
Conforme iremos discorrer mais adiante, inclusive fazendo as citações científicas de trabalhos realizados por especialistas, entendemos muito bem quando Bill fala em “ver com os olhos da mente”, quando ele fala que o vento é feito de espírito e não de ar, e ainda que o vento soprava diretamente através dele, pois na alucinação, a realidade alucinada é muito mais “viva”, muito mais intensa, muito mais empolgante e tem conotações de realidade muito maior que a própria realidade, que não precisa de contornos especiais para acontecer, ou seja, que não envolve busca. É o inconsciente que traz à tona o passado psíquico do indivíduo para se manifestar. Muitos relatos de adeptos de religiões e seitas que utilizam drogas alucinógenas em seus rituais, são parecidos com a narrativa de Bill. Veja que a montanha da infância (Montanha de nome Aeolos) de Bill foi uma representação psíquica muito importante para ele, pois ele sonhava ser grande igual a ela, e ela o acompanhou pela vida afora.



[1]       Pressupostos que segundo alguns teólogos são indispensáveis para que ocorra a experiência de conversão. Colocada aqui sugestivamente.



Por questão de limitação na criação de páginas, e de espaço, não foi possível publicar aqui todo o texto, mas o leitor poderá acessá-lo e completar a leitura. Para isto, basta ir até a página inicial do blogue e acessar à direita (sob o título Páginas), o primeiro item: Sumário do livro "O mito da doença espiritual...". Ao final do sumário será encontrado o restante do texto.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

DIÁLOGO MANTIDO COM UM EX-MEMBRO DE A.A. EM UM BLOGUE


  1. Ex-membro de AA Diz:
    10/01/2013 às 20:59
“Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo traz uma boa e uma má notícia para dependentes de álcool que decidiram apostar em grupos de autoajuda para livrar-se do vício. A boa notícia é que entre os dependentes que frequentam ao menos duas vezes por mês as reuniões dos Alcoólicos Anônimos (AA), o mais conhecido desses grupos e objeto da pesquisa da Unifesp, 45% conseguem ficar abstêmios por seis meses, período mínimo necessário para considerar o resultado do tratamento satisfatório. O problema é que menos de 19% dos que lá ingressam mantêm a assiduidade exigida – o que conduz à segunda notícia: as chances de uma pessoa conseguir parar de beber por meio do ingresso no AA são as mesmas de quem tenta fazer isso sem ajuda nenhuma. Em outras palavras: o AA, segundo o estudo da Unifesp, não funciona – ao menos não sozinho.
De acordo com o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, coordenador do Proad, o método dos Alcoólicos Anônimos é particularmente ineficaz para duas categorias de alcoólatras: os que têm dificuldade de falar em público, uma vez que a verbalização da doença está na base do tratamento da associação, e os que sofrem de algum tipo de problema psiquiátrico – caso de três em cada quatro dependentes de álcool, afirma ele. Na origem da segunda incompatibilidade está o fato de que, não tratado, o distúrbio psiquiátrico torna a abstinência um objetivo bem mais difícil de atingir. Tome-se o exemplo de alguém que sofre de depressão ou fobia social. Se ele estiver habituado a recorrer a um copo bem cheio para amenizar a intensidade da tristeza ou a dificuldade de se relacionar com as pessoas, terá mais problemas para livrar-se da bebida. O representante comercial Eduardo (nome fictício), de 40 anos, além do alcoolismo, sofria de depressão e transtorno obsessivo-compulsivo. Participou de cinco grupos de autoajuda e não conseguiu ficar mais do que alguns dias longe de um copo. Hoje em tratamento psiquiátrico, está há oito meses sem beber. “Identificar se algum transtorno levou o indivíduo à dependência é fundamental no tratamento do alcoolismo”, diz um dos autores do estudo do Proad, o psiquiatra Mauro Terra, do Centro de Estudos José de Barros Falcão.
O psicólogo americano William Richard Miller, professor aposentado de psicologia e psiquiatria da Universidade do Novo México, analisou uma série de pesquisas sobre a eficácia do AA, algumas apontando taxas de recuperação de até 81%. Chegou à conclusão de que muitas delas apresentavam resultados inflados, por causa de erros metodológicos. Em compensação, obteve um dado animador. Descobriu que a participação assídua em grupos de autoajuda faz crescer em até 10% a chance de abstinência no caso de um dependente de álcool que já esteja em tratamento psiquiátrico.
Para conduzirem o estudo, pesquisadores do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad) da Unifesp acompanharam durante meio ano 257 dependentes de álcool que foram encaminhados ao AA. No fim desse período, apenas 49 haviam comparecido aos encontros pelo menos uma vez por mês. A “falta de identificação” com o método foi a resposta mais citada pelos desistentes, mas o “ambiente pesado” das reuniões, justificado pela recorrência de relatos considerados “depressivos”, também foi mencionado com frequência. A barwoman Renata (nome fictício), de 41 anos, dependente de álcool desde os 26, conta que não conseguiu ir a mais do que quatro encontros do AA. “Minha vontade de beber, em vez de diminuir, aumentava com as sessões”, diz ela. “As pessoas só falavam em álcool durante uma hora e as histórias eram sempre tristes. Um dia, saí de lá e fui direto para o bar”, conta. A incapacidade de reter os frequentadores é o principal problema do AA, segundo o estudo do Proad, mas não é o único.”
Texto extraído da matéria: “É preciso dar mais do que doze passos” REVISTA VEJA Edição 2143 / 16 de dezembro de 2009
  1. Ex-membro de AA Diz:
    10/01/2013 às 21:40
“O importante no universo dos tratamentos de dependência química é baixar a autoestima do escravo para que ele não tente pensar sozinho, se administrar, ou seja, queira fugir dos seus “senhores”, sejam eles os terapeutas ou as próprias terapias.
Que não entremos em debates vazios sobre trocar dependência em drogas pela dependência em alguma terapia. Posiciono-me desta forma: penso que o ideal é se vir livre totalmente, mas não há nada pior do que sofrer nas “garras de uma droga”,
então se uma pessoa trocar a cocaína pelas conturbadas salas de NA, fico feliz por ela, ou melhor, por sua saúde.
A grande questão, na minha visão, não é começar a necessitar cada vez mais de ambientes terapêuticos, de reuniões e mais reuniões, e sim, por gratidão ao seu “dono” – a programação que está “salvando sua vida” – esconder-se no manto do vergonhoso anonimato e como um bom escravo submeter-se aos maiores caprichos de seu novo “proprietário” sem questionar. Afinal, agora, para os terapeutas e/ou as terapias, os adictos, são suas propriedades. Tudo que seu “dono” disser, certo ou
errado, não deve ser questionado, até porque, qual dependente químico em tratamento que nunca ouviu que questionamento é um aspecto da doença?”
Trecho de UM GRITO DE ALFORRIA:
ADICTOS NUNCA MAIS!
Disponível em:
http://adqrbrasil.com/livro/Um%20Grito%20de%20Alforria-Adictos%20Nunca%20Mais!.pdf
  1. Ex-membro de AA Diz:
    11/01/2013 às 9:20
Quem tiver interesse em saber mais sobre o assunto, baixe gratuitamente o livro inteiro neste link:
  1. Luiz Alberto Bahia Diz:
    11/01/2013 às 9:33
Concordo inteiramente com o senhor, tanto é que vou transcrever abaixo, a resposta que dei a um membro do A.A.:
Se A.A. serviu para o senhor, tudo bem, mas a questão não é bem esta. Diferentemente do senhor que só pensa em si, eu penso é na esmagadora maioria, que além de não aceitar o AA e por causa desta irmandade, que estigmatiza os dependentes, nem aceita outras abordagens. Já disse aqui em repetidas ocasiões, que não estou “muito preocupado” com aqueles que acham a irmandade um sétimo céu – ainda que isso custe cercear-lhe a liberdade, conforme eu já disse:Veja a este respeito, qual é o conceito do GREDA – Grupo de Recuperandos da Dependência do Álcool: “O GREDA seria o abrigo temporário para aqueles que não aceitam a doutrinação dos grupos de ajuda mútua existentes, já que a proposta não é de tratamento para o resto da vida. Se o GREDA preencher uma pequenina parte da lacuna existente, nos daremos por satisfeitos. Mesmo se não alcançarmos essa modesta previsão, mas se conseguirmos com nossos intentos, estabelecer um profundo debate em torno da questão, ainda assim poderia se considerar que os objetivos foram atingidos. A esmagadora maioria dos dependentes adere a programas que são verdadeiras dependências, ficando assim com o mesmo problema de dependência. Não adianta nada sair de uma dependência e entrar em outra. Já dissemos aqui que, o dependente de álcool e, por extensão, de qualquer droga, precisa é acima de tudo se libertar. Libertar-se verdadeiramente de quaisquer escravidões, afinal o que ele precisa é livrar-se da condição de “adicto”, que significa “adjucar a outrem para ser usado como escravo”. Chega de armadilhas, queremos ser absolutamente livres. E esta é a proposta estacada nos 7 Pilares: concorrer na recuperação do dependentes de álcool observando-se o estrito respeito à dignidade e à liberdade humana. Acolher o semelhante que necessita de ajuda até que ele se recupere totalmente e depois abrir-lhe as portas para que saia de volta para a vida. Assim nosso lema bem que poderia ser:
“O dependente precisa apenas de um tratamento, e o GREDA deve ter este objetivo: o de demover o indivíduo da morte e devolvê-lo à vida” [“O mito da doença espiritual na dependência de álcool (Desmistificando Bill Wilson e Alcoólicos Anônimos)”, página 364]
Pelo menos por um momento é bom fazer reflexões, não só sobre o que bom para nós, mas o que serve para a grande maioria.
  1. Ex-membro de AA Diz:
    02/02/2013 às 14:22
Sim, tratar o dependente de álcool com respeito à dignidade e à liberdade humana, é sem dúvida importantíssimo, já que o AA tenta de toda maneira dizer que o “alcoólatra” (termo não mais usado na ciência atual por se depreciativo e estigmatizador) é um fraco, negando-lhe o direito de recuperar a auto confiança que venha a ter um dia em sua vida…
bem, com os AA, de fato é uma perda de tempo argumentar qualquer coisa (a exemplo de comentários anteriores postados aqui pelos próprios), pois tudo aquilo que contraria a sua literatura é imediatamente rechaçado, atacado, condenado sem qualquer consideração pelas evidências lógicas e racionais. se eles querem viver assim, o que posso fazer? será que sabem que eles poderiam ter direito a outras escolhas? Só sei que a exemplo do ator norte americano Charlie Shemm, me cansei do AA e decidi viver minha vida bem feliz longe daquela conversa infundada e limitadora e graças ao Nosso Bom Deus, estou muito bem sem o alcool e sem o AA já a alguns anos e não sinto a menor falta dos dois pois estou plenamente recuperado porquê o problema que tive foi definitivamente superado, e este é meu testemunho de vida quer eles gostem ou não.